01 março, 2009

Num país a fingir # 34

No congresso nacional do partido do Governo mostra-se um filmezinho que pretende mostrar a história do Partido em Congresso. Até aqui tudo bem.
Passa a estar tudo mal quando o dito filmezinho além da suposta história do partido traz à colação factos ocorridos na pendência da governação do PS (como por exemplo a violência em Timor, a Expo 98, a entrada na zona euro e por aí fora) tudo ao som de música e dourando de tal forma a história que quase me faltou o sofá onde estava sentada.

O Primeiro-Ministro emocionou-se. Imagem a que não estamos habituados.

Ter-se-á lembrado que aquele que passou no ecrã não é o país que ele governa?

Ter-se-á lembrado:

da taxa de desemprego?

das manifestações de professores, enquanto classe profissional, dos mais novos aos mais velhos, que nunca esteve tão coesa?

das linhas de apoio psicológicas a esses mesmos professores e das agressões físicas de que têm sido alvo?

de que o Magalhães não faz o sucesso escolar das criancinhas? Não as ensina a ler, a escrever, a fazer contas e a interpretar e conjugar conceitos?

que as forças de segurança não têm meios nem para se defender?

que o Tratado de Lisboa (cuja assinatura ficou tão bem no filmezinho) não está ainda em vigor e que em Portugal não foi, sequer, referendado?

que a lei da paridade não faz das mulheres bons profissionais da política?

que as novas oportunidades são um engodo? Uma farsa? Um desrespeito pelo verdadeiro conhecimento?

que fazer implodir (através de um falso detonador) as torres de Tróia em directo e em horário nobre não prestigia em nada um país que luta com enormes dificuldades?

que contratar crianças em idade escolar, em tempo de férias, para ficcionar a entrega do Magalhães não faz delas melhores homens e mulheres no futuro?

Que as câmaras e os flashes não são os melhores conselheiros?

Precisamos de muito mais que modernização, tecnologia, falsos diplomas e falsos graus académicos, inglês no primeiro ciclo etc etc etc.

Mas enquanto isso, cá vamos... e avizinham-se três actos eleitorais...

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