31 agosto, 2017

Palavras lidas #349

Where I Come From
by Sally Fisher

We didn’t say fireflies
but lightning bugs.
We didn’t say carousel
but merry-go-round.
Not seesaw,
teeter-totter
not lollipop,
sucker.
We didn’t say pasta, but
spaghetti, macaroni, noodles:
the three kinds.
We didn’t get angry:
we got mad.
And we never felt depressed
dismayed, disappointed
disheartened, discouraged
disillusioned or anything,
even unhappy:
just sad.

Coisas que não mudam #418

Fernando Pessoa's work on The New Yorker next week. The article brings little new about Pessoa but it's a novelty for those unaware of his work. For those who know Pessoa's work the article is yet another opportunity to marvel at the author's remarkable and unlikely success. Below are the first three paragraphs of the article.
_______________

If ever there was a writer in flight from his name, it was Fernando Pessoa. Pessoa is the Portuguese word for “person,” and there is nothing he less wanted to be. Again and again, in both poetry and prose, Pessoa denied that he existed as any kind of distinctive individual. “I’m beginning to know myself. I don’t exist,” he writes in one poem. “I’m the gap between what I’d like to be and what others have made of me. . . . That’s me. Period.”

In his magnum opus, “The Book of Disquiet”—a collage of aphorisms and reflections couched in the form of a fictional diary, which he worked on for years but never finished, much less published—Pessoa returns to the same theme: “Through these deliberately unconnected impressions I am the indifferent narrator of my autobiography without events, of my history without a life. These are my Confessions and if I say nothing in them it’s because I have nothing to say.”

This might sound like an unpromising basis for a body of creative work that is now considered one of the greatest of the twentieth century. If a writer is nothing, does nothing, and has nothing to say, what can he write about? But, like the big bang, which took next to nothing and turned it into a cosmos, the expansive power of Pessoa’s imagination turned out to need very little raw material to work with. Indeed, he belongs to a distinguished line of European writers, from Giacomo Leopardi, in the early nineteenth century, to Samuel Beckett, in the twentieth, for whom nullity was a muse. The ultimate futility of all accomplishment, the fascination of loneliness, the way sorrow colors our perception of the world: Pessoa’s insight into his favorite themes was purchased at a high price, but he wouldn’t have had it any other way. “To find one’s personality by losing it—faith itself subscribes to that sense of destiny,” he wrote.

(...)

30 agosto, 2017

Em Benfica...

Construído como casa de férias em 1670, o Palácio dos Marqueses da Fronteira (em São Domingos de Benfica), passou a ser a residência principal da família depois da destruição do palácio dos marqueses na Baixa no terremoto de 1755. A familia ainda lá reside hoje.
A visita guiada ao palácio não permite fotografias
mas nos jardins não há restrições
as referências à história de Portugal 
 e à mitologia grega são constantes
e os azulejos do século XVII
 são bem interessantes.
Quando o primeiro marquês da Fronteira convidou D. Pedro II
para jantar em sua casa em comemoração da recente subida ao trono
 deu ordem para partir o serviço de jantar para nunca mais servir
 sendo os cacos encrustados nas paredes e tecto da casa de fresco.
Tudo isto dentro de Lisboa!

Ditto #366

It's never too late to be what you might have been.

--George Eliot

Parece que estou a ouvir #233

Pormenor do coro alto na igreja do Convento de Cristo em Tomar

Sonho Azul
Por Né Ladeiras
Letra e música Pedro Ayres Magalhães


Levei-o no meu sonho azul 
Azul, Azul 
Da cor do céu 
Levei-o comigo 
Sonhou um sonho 
Da cor do meu 
Deitados no leito da lua 
Na frescura, que tremor... 

Trocava a vida toda 
Pela vida deste amor 
Meu Sonho Azul 

Levei-o no meu sonho azul 
Azul, azul 
Da cor do mar 
Levei-o comigo 
Sonhou um sonho 
De apaixonar 
Deitados na noite das ilhas 
Na frescura, que tremor... 

Trocava a vida toda 
Pela vida deste amor 
Meu Sonho Azul

29 agosto, 2017

Batalha!

Continuando o banho manuelino parámos na Batalha.
Prometido por D. João I como agradecimento ao sucesso na Batalha de Aljubarrota em 1385, a sua construção do mosteiro começou logo em 1386 e prolongou-se até 1507, apanhando na fase final já o estilo manuelino. O gótico tardio é muito evidente no portal e na altura do edifício.
A capela do fundador junto à nave central
alberga não só D. João I e sua mulher D. Filipa de Lencastre, mas também toda a ínclita geração (à excepção de D. Duarte) e também Afonso V, João II e o seu filho, Príncipe Afonso, que morreu tragicamente num acidente hípico e precipitou a sucessão do trono para D. Manuel I, o cunhado de D. João II. Neste mini-panteão dos Avis destaca-se o túmulo do Infante D. Henrique.
Dignos de registo são ainda o magnífico claustro,
a Sala do Capítulo (de monumental abóboda) que alberga
o túmulo do soldado desconhecido com um belo vitral
e a chama eterna
Mas a visita não fica completa sem as Capelas Imperfeitas
 mandadas construir por D. Duarte e nunca acabadas;
 dá para perceber a impressionante estrutura do monumento
 que contém o túmulo de D. Duarte e sua mulher D. Leonor de Aragão
 de mãos dadas!

Palavras lidas #348

VII.
by Wendell Berry

What a wonder I was
when I was young, as I learn
by the stern privilege
of being old: how regardlessly
I stepped the rough pathways
of the hillside woods,
treaded hardly thinking
the tumbled stairways
of the steep streams, and worked
unaching hard days
thoughtful only of the work,
the passing light, the heat, the cool
water I gladly drank.

Parece que estou a ouvir #232

Claustro do Mosteiro da Batalha

A Cor Azul
Delfins

Reflecte toda a nossa vida
Aumenta o maior dos sonhos
À procura de um futuro
Que não vem nos jornais

E assim dá uma nova vida
A um gato que ja gastou sete
Ninguém vê a luz do túnel
Sem guardar a cor do mar

A cor azul
O céu do mundo
Uma luz p'ra nos salvar

Não importa sol ou sombra
Não importa o preto e branco
Que os meus sonhos são às cores
Todas juntas numa só

Azul!
A cor azul
O céu do mundo
Uma luz p'ra nos salvar
A cor azul
Vai-nos salvar
Vai-nos guiar, iluminar

Quero ver o teu olhar azul
A brilhar no meu caminho
Quero ver o teu sorriso azul
Quero ser o teu golfinho

28 agosto, 2017

Pedaços de Tomar

Em Tomar os até os passeios têm marcas
das conquistas de além-mar e a igreja matriz, um portal manuelino.
Mas Tomar é conhecida pelo seu castelo altaneiro
e pelo Convento de Cristo dentro das muralhas.
Lá se vê a monumental charola dos templários
com pormenores dignos de destaque
mas é o manuelino que dá nas vistas
especialmente aquela janela que se aprende na escola.
Mas tudo em volta mostra manuelino e mais manuelino
Foi ali que D. Filipe I de Portugal foi aclamado rei em 1580, o rei espanhol
que mandou construir o aqueduto para abastecer o convento de água.
Dignos de destaque são também os sete (!) claustros
e a vista da cidade desde lá de cima!