28 setembro, 2010

Coisas que não mudam #136

Current office view:

not bad... but missing the fall colors of Tennessee.

24 setembro, 2010

Espantos #270

Castelo de Lisboa

ou castelo dos gatos








18 setembro, 2010

Coisas que não mudam #135

Sant Jordi, San Jorge, São Jorge
it's a Catalan thing...

17 setembro, 2010

No Times de hoje #121

The expulsion of the Gypsies from France is a test on the EU's diplomatic and legal levels. Unfortunately (and perhaps consequently) the issue was brought up in a period of crisis, unsurprisingly marked by low tolerance.

Even though this expulsion is based on ethnicity, it differs from prior ethnic expulsions in Europe involving Jews: in 1290 they were expelled from England, in 1349 from France, in 1492 from Spain, in 1497 from Portugal, and more recently in the late 1930s and early 1940s from Germany. On average they were more skilled than the local population (knowing how to read and write in the Middle Ages was a big advantage) and often they were forbidden to own land. As a consequence Jews were barred form agricultural activities and found better paid jobs as notaries, merchants or moneylenders.

The Gypsies, on the contrary have no particular skills of use to the current European society. A large chunk is not even alphabetized. They are not being expelled for stealing good jobs to the average French, but because they allegedly get involved in petty crime, which in times of crises is on the rise regardless, therefore the connection of Gypsies to crime is hard to prove. In any case, is the expulsion a solution? Beyond the likely embedded illegality of the whole operation, the open borders policy of the EU makes the €300 French subsidy a paid trip home, where the incentives are in place for a quick return to the West. Perhaps that same money could be spent on programs that facilitated the integration of a community whose social isolation results from centuries of segregation.

The two page article of the Times illustrates the situation while also providing some historical perspective. Here are a few excerpts:

(...)

There is little reliable data on the Roma population. Originally from India, the Roma were virtual slaves until the 19th century, working for aristocrats and in monasteries.

When democracy took hold, they were freed. But they were landless, uneducated and dark-skinned, and they had few prospects.

(...)

Experts say the Roma population has been battered by a combination of factors. Crafts that once sustained them, such as making brass pots and shoeing horses, are now obsolete. Recent European regulations standardizing the sale of livestock pushed them out of one of their few remaining businesses because they could not handle the required paperwork.

Some aspects of Gypsy culture have not helped matters, experts say. It is a clannish, strongly patriarchal society where youngsters are pushed into early marriage and education has not been much valued.

(...)

Ditto #160

The most dangerous strategy is to jump a chasm in two leaps.

--Benjamin Disraeli

16 setembro, 2010

Palavras lidas #145

"Conta a lenda que há muito, muito tempo, em Massacar, numa ilha indonésia chamada Celébes, vivia um velho crocodilo. Já sem forças para apanhar peixes, não teve outra alternativa senão aventurar-se terra adentro para tentar caçar algum animal que lhe saciasse a fome. Andou, andou e não conseguiu apanhar nada para comer pelo que resolveu regressar à água. O caminho de volta era longo e o sol era quente. Esgotado, o crocodilo perdeu as forças e ficou prostrado. Um rapaz ia a passar e encontrou o crocodilo exausto. Teve pena dele e ofereceu-se para o ajudar a voltar arrastando-o pela cauda de volta à água. O crocodilo ficou-lhe muito grato e ofereceu-se para, a partir daquele dia, o levar às costas pelas águas dos rios e do mar. E assim foi, os dois novos amigos fizeram muitas viagens juntos e reforçaram a sua amizade.

Mas um dia a fome foi mais forte e o crocodilo achou que não tinha outra solução que não fosse comer o rapaz. Antes de se decidir, perguntou aos outros animais o que achavam da ideia. Todos lhe disseram que era muito ingrato da parte dele querer comer o rapaz que o tinha salvo. Percebendo como estava a ser injusto e que não voltaria a ser aceite pelos outros animais, envergonhado, resolveu partir para o mar e convidou o seu único amigo para o acompanhar. O rapaz saltou-lhe para as costas e saíram pelo mar fora em direcção ao Oriente, onde o Sol nasce.


A viagem já ia longa quando o crocodilo começou a sentir-se cansado. Já exausto, resolveu parar para descansar, mas, naquele momento, o seu corpo começou a crescer e a transformar-se em pedra e terra. Cresceu tanto que ficou do tamanho de uma ilha. O rapaz, que viajava no seu dorso, passou a ser o primeiro habitante daquela ilha a que chamou Oriente. E assim nasceu a ilha de Timor, com a forma do velho crocodilo e cujo nome significa Oriente no dialecto malaio.


Conta a história que doze mil anos antes de Cristo já habitava a ilha de Timor um pequeno grupo que se dedicava à caça e agricultura.

Escravos, cera de abelha e sândalo, foram a justificação para o comércio entre Timor e a Malásia e a China de que há registos desde o sec. VII. Atraídos pelo sândalo, madeira nobre utilizada na perfumaria e móveis de luxo, que cobria praticamente toda a ilha os portugueses chegaram ao território em 1515 desembarcando em Oecusse. Pouco depois chegaram os Holandeses e após várias disputas, os portugueses ficaram com a metade oriental da ilha que estava politicamente dividida ao meio pelos reis locais.

A sua localização estratégica entre a Austrália, Indonésia, Filipinas e China levou à sua ocupação pelos Japoneses durante a II Guerra Mundial. Estes criaram campos de concentração e, em conjunto com a degradação das condições de vida e os bombardeamentos aliados, provocaram 60 000 mortos, uma catástrofe se atendermos à escala. Após a guerra, Portugal recuperou a posse deste seu território ultramarino de onde saía um dos melhores cafés do mundo, embora nunca se lhe tenha dado grande importância nem canalizado grande investimento. Em 1945 a Indonésia tornou-se independente da Holanda mas nunca reclamou Timor Leste. Após a revolução dos cravos em Portugal, iniciou-se o processo de descolonização e foi dado a escolher ao povo timorense a integração na Indonésia ou a independência. Formam-se partidos a favor das duas soluções e o General Suharto apoia o partido integracionista. Suharto tinha conquistado o poder a Sukarno através de um golpe de estado em 1966.

Nas eleições da primavera de 1975, 90% dos votos vão para os partidos independentistas e apenas 10% para o integracionista. Venceu a FRETILIM com 55%. Os boatos de um golpe de estado marxista que estaria a ser preparado pela FRETILIM precipitam a guerra civil em Agosto de 1975, fazendo 3.000 mortos e as tropas indonésias iniciaram a infiltração no território pela fronteira com o Timor Oeste. Em Outubro de 1975 cinco jornalistas estrangeiros foram assassinados pelo exército indonésio na cidade de Balibo, na fronteira, quando tentavam cobrir os movimentos militares indonésios em Timor Leste. Perante a impunidade indonésia e esperando obter apoio internacional, a FRETILIM declarou a independência de Timor a 28 de Novembro de 1975. No dia 7 de Dezembro, o exército indonésio iniciou a invasão de Timor e o bombardeamento da capital. A Assembleia Geral da ONU condenou a invasão indonésia numa resolução que não teve qualquer efeito. Apenas a Austrália, reconheceu a autoridade indonésia sobre o Timor Leste. Começa uma repressão que resulta na morte de 200 a 300 mil timorenses pela violência, pela fome, pelo deslocamento forçado das populações e pela criação de campos de concentração. A FRETLIM cria a guerrilha FALINTIL que chegou a controlar 80% do território. Apesar da superioridade numérica esmagadora e do equipamento mais moderno, os indonésios não impediram os 24 anos de resistência das FALINTIL. Durante anos Timor Leste ficou totalmente isolado do Mundo, apesar de em todos os seus actos e presenças internacionais o Governo de Portugal fazer questão de mencionar o problema. Após a morte do líder da resistência e comandante das FALINTIL, Nicolau Lobato, a dia 31 de Dezembro de 1978, inicia-se a liderança do seu companheiro, José Alexandre Gusmão, conhecido na guerrilha como Ray Kala Xanana, que transforma as FALINTIL numa frente ampla de resistência em 1987 e cria no ano seguinte o CNRT, Conselho Nacional da Resistência Timorense, que reúne todos os partidos.

Na sequência de uma ligeira abertura da indonésia, o papa João Paulo II visita Timor em 1989, assistindo-se a manifestações pro-independência, duramente reprimidas. No dia 12 de Novembro de 1991, no Cemitério de Santa Cruz, o exército indonésio atira na multidão que prestava homenagem a um estudante morto pela repressão. Morrem pelo menos 200 pessoas mas as imagens do massacre, realizadas por jornalistas estrangeiros, fazem com que o mundo descubra a tragédia do Timor. Depois vem a prisão e condenação de Xanana Gusmão, a atribuição do Premio Nobel da Paz de 1996 ao bispo Carlos Ximenes Bello e José Ramos-Horta, a visita do presidente Nelson Mandela a Xanana na prisão e sua pressão para uma solução negociada, a queda do regime de Suharto e a ascensão de Yusuf Habibie.

Portugal e a Indonésia negociam a realização de uma consulta popular supervisionada pelas Nações Unidas. A 30 de Agosto de 1999, mais de 98% da população vai às urnas, votar num silêncio que os observadores internacionais são unânimes em chamar de impressionante. Os resultados não deixam margem para dúvidas: 78,5% dos timorenses escolheram a independência. Antes da proclamação dos resultados, milícias pro-integração armadas de catanas desencadeiam uma violência inédita caçando e matando nas ruas todos aqueles que supõem ter votado pela independência. A população foge para as montanhas ou busca refúgio nas igrejas e prédios de organizações internacionais que são cercadas e invadidas obrigando à evacuação de todos os estrangeiros. A ONU decide formar uma força internacional para intervir, mas os 2.000 solados da INTERFET só entram em Díli no dia 20 de Setembro e encontram um país totalmente devastado e incendiado. Quando Xanana Gusmão volta a Díli, no dia 22 de Outubro, ao ver o que sobrou do seu Timor, diz: "Eu achei que íamos ter que começar do zero. Mas é muito pior do que eu pensava". Foi eleito em 2001 Presidente da República Democrática de Timor Leste que em 20 de Maio de 2002 se tornou na mais nova nação do Mundo. O Primeiro-ministro e Ministro dos Negócios Estrangeiros foram, respectivamente, Mari Alkatiri e José Ramos-Horta.

Ainda houve mais uma crise em 2006 que levou à saída dos estrangeiros mas o país está agora estabilizado e a percorrer o caminho da organização de instituições e infra-estruturas com o apoio técnico da comunidade internacional onde Portugal, a Austrália e a Indonésia têm um papel importante. A exploração conjunta de gás com a Austrália no Mar de Timor está a permitir a criação de riqueza necessária para o crescimento e desenvolvimento de um país em que o português, lenta e dificilmente, se vai reinstalando depois de ser adoptado como Língua Oficial, juntamente com o Tétum.


Do diário da
Sagres já em Timor-Leste.

Espantos #269

Que nos Açores houvesse mais vacas que pessoas, não me espantaria, mas mais gatos selvagens (ou vadios como lhe chamariam na cidades) que pessoas na Ilha do Corvo - de tal forma que põem em causa a sobrevivência de espécies marinhas protegidas - já me espanta um bocado!

Parece que estou a ouvir #106

Vitrais (abstractos) de catedral











Ecos na Catedral
Madredeus

Os teus olhos são vitrais
Que mudam de cor com o céu
E quando sorriem, iguais...
E quando sorriem, iguais...
Quem muda de cor sou eu

Tomara teus olhos vissem
O amor que trago por ti
Nem o entardecer me acalma...
Nem o entardecer me acalma...
Na ânsia de te ter aqui

E o teu perfume, o incenso
Os ecos de uma oração
Misturam-se num esboço imenso
Afogam-se na solidão

Fui para um templo de pedra
Escolhi um recanto isolado
Que me faça esquecer tua voz...
Esquecer-me da tua voz...
Que me faça acordar do passado

Escondida em sítio sagrado
E não me apetece o perdão
Devo estar enfeitiçada
Náufrago do coração

E o teu perfume, o incenso
Os ecos de uma oração
Misturam-se num esboço imenso
Afogam-se na solidão

Não sei se perdoo o meu fado
Não sei se consigo enfim
Um dia esquecer que teus olhos
Sorriem, mas não para mim

Retirado do contexto #114

Pináculos de catedral










... e que o sonho sempre comande a vida...

13 setembro, 2010

Espantos #268

Colunas de catedral que parecem ramos de árvores







07 setembro, 2010

Espantos #267

Lajes do Pico - Poente, 07.09.10, 10:15:01

Clouds resembling cigarette smoke circles, on top of a dormant volcano.

Caprichos #142

Recordando Pina Bausch -- Iphigenie auf Tauris