28 fevereiro, 2017

Inverno #53

Algures sobre a Península Ibérica:
para que não esqueçamos que ainda é inverno.
Somewhere over the Iberian Peninsula:
lest we forget it's still winter.

Palavras lidas #326

November, 1967
by Joyce Sutphen

Dr. Zhivago was playing at the Paramount
Theater in St. Cloud. That afternoon,
we went into Russia,

and when we came out, the snow
was falling—the same snow
that fell in Moscow.

The sky had turned black velvet.
We’d been through the Revolution
and the frozen winters.

In the Chevy, we waited for the heater
to melt ice on the windshield,
clapping our hands to keep warm.

On the highway, these two things:
a song from Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band
and that semi-truck careening by.

Now I travel through the dark without you
and sometimes I turn up the radio, hopeful
the way you were, no matter what.

27 fevereiro, 2017

Espantos #495

Elaborate pastries
love the penguins!

25 fevereiro, 2017

Pormenores #137

As diferentes fases das flores
The different flower phases

24 fevereiro, 2017

Palavras lidas #325

Lucky
by Kirsten Dierking

All this time,
the life you were
supposed to live
has been rising around you
like the walls of a house
designed with warm
harmonious lines.

As if you had actually
planned it that way.

As if you had
stacked up bricks
at random,
and built by mistake
a lucky star.

23 fevereiro, 2017

Parece que estou a ouvir #222

Recordando Zeca Afonso
Filhos da Madrugada
por José Afonso

Somos filhos da madrugada
Pelas praias do mar nós vamos
À procura de quem nos traga
Verde oliva de flor nos ramos
Navegamos de vaga em vaga
Não soubemos de dor nem mágoa
Pelas praia do mar nós vamos
À procura da manhã clara

Lá de cima de uma montanha
Acendemos uma fogueira
Para não se apagar a chama
Que dá vida na noite inteira
Mensageira pomba chamada
Companheira da madrugada
Quando a noite vier que venha
Cá de cima de uma montanha

Onde o vento cortou amarras
Largaremos p'la noite fora
Onde há sempre uma boa estrela
Noite e dia ao romper da aurora
Vira a proa minha galera
Que a vitória já não espera
Fresca, brisa, moira encantada
Vira a proa da minha barca

Caprichos #435

No inverno muitos restaurantes de Lisboa servem um belo do cozido à portuguesa ao almoço de quarta ou quinta feira... esta semana, não perdi!

21 fevereiro, 2017

Coisas que não mudam #390

Quem diz que o gato não é m animal social?
Diz o dicionário que um conjunto de lobos toma o nome de alcateia, de cães matilha, de peixes cardume... e de gatos?

20 fevereiro, 2017

Retirado do contexto #228

Best store in the world!
Or at least, best name in the world for a store ;-)

19 fevereiro, 2017

Caprichos #434

Aqui vai mais uma experiência culinária em imagens... apesar de demorar tempo a fazer (no mínimo 2 horas até chegar à mesa) o resultado compensa!

Ingredientes: beringelas, tomate pelado picado misturado com polpa de tomate frito, queijo parmesão ralado, queijo mozzarella fatiado e manjericão. 

Modo de preparar: as imagens falam por si, à excepção dos 40 minutos no forno a 180°C.

{see below for instructions in English}
Here's another culinary experiment... even though it's time consuming (at a minimum 2 hours to get it to the table) the result is very worthwhile!

Ingredients: eggplant, chopped and pealed tomatoes mixed with fried tomato pulp, grated parmesan cheese, sliced mozzarella cheese and basil.

Preparation: the pictures are self-explanatory, except the 40 minutes in the oven at 180°C.

18 fevereiro, 2017

Memórias #49

O Diário de Notícias de hoje traz um artigo sobre os hospitais de São José, Santo António dos Capuchos e Santa Marta na colina de Santana em Lisboa. Nunca tinha entrado em nenhum dos dois primeiros (e do último tenho apenas uma vaga memória de há muitos anos lá ter visitado um tio-avô que tinha feito uma operação ao coração) até ao verão passado, quando em seis semanas as minhas tardes se consumiram primeiro nos Capuchos, depois no São José

Para além da agonia sem fim de testemunhar a progressão de uma doença com baixa probabilidade de melhoras, ficaram as memórias de edifícios notáveis. Antigos conventos, mais ou menos degradados servem de hospitais com a melhor das vontades do pessoal, mas com manifesta falta de recursos físicos, já que não foram concebidos para a função que hoje desempenham. 

A câmara de Lisboa tem planos para a colina de Santana que passam por fechar os ditos hospitais (juntamente com os hospitais de Dona Estefânia e Maternidade Alfredo da Costa e também dos antigos hospitais do Desterro e Miguel Bombarda, estes já desactivados) e reconvertê-los em espaços habitacionais ou hoteleiros, conjugados com espaços comerciais e de lazer. Tudo pendente da construção do perenemente adiado mega Hospital de Lisboa Oriental, actualmente com abertura prevista para 2021... aguardemos.

Ainda dos hospitais dos Capuchos e São José, ficam memórias de belíssimos e infindáveis azulejos do século XVIII e da capela do São José (que teria servido de sacristia da antiga igreja do Colégio dos Jesuítas destruída no terramoto de 1755) que sempre me pasmou pela sua dimensão monumental. Afinal tudo tem uma explicação:


(...) O edifício chegou a ter aquela que era à altura a mais imponente igreja da cidade de Lisboa e uma das maiores do país. Mas se a igreja caiu por terra (as abóbadas desabaram com o terramoto e o que ficou acabou por desaparecer), ficou o que era a sacristia e é agora a majestosa capela do hospital, obra do arquiteto João Antunes, datada de finais do século XVII e hoje classificada como monumento nacional.



Com um teto altíssimo, integralmente coberta por mármores coloridos (sobretudo a rosa e negro), a sala da capela é ladeada por dois enormes arcazes (arcas) em ébano e pau-santo, com 20 metros de comprimento. As paredes laterais são rasgadas por quatro janelões de um lado, e outros tantos do outro, mas neste caso em espelho criando a ilusão de luz natural (uma inovação ao tempo, que viria depois a multiplicar-se noutros espaços). A grandiosidade da sacristia tem uma explicação. D. Filipa de Sá, terceira condessa de Linhares, a mecenas do edifício, então considerada a viúva mais rica do país, exigia a realização - para sempre - de várias missas diárias, uma delas cantada, um serviço que devia ser assegurado por 11 capelães, residentes em habitação própria no local e tribuna para o canto. (...)

17 fevereiro, 2017

Caprichos #433

Ouvir um piano que toca só para ti
Listening to the piano, played just for you

16 fevereiro, 2017

Palavras lidas #324

Recognitions
by Stephen Dobyns

The awful imbalance that occurs with age
when you suddenly see that more friends

have died, than remain alive. And at times
their memory seems so real that the latest

realization of a death can become a second,
smaller death. All those talks cut off in mid sentence.

All those plans tossed in the trash.
What can you do but sit out on the porch

when evening comes? The day’s last light
reddens the leaves of the copper beach.

Foi neste dia #304 (1267)

Há 750 anos era assinado em Badajoz o tratado que viria a estabelecer o rio Guadiana como fronteira entre Portugal e Castela no sul da Península Ibérica, incorporando assim o Reino do Algarve em território Português. Assinaram o Tratado de Badajoz Afonso III de Portugal e Alfonso X de Castela, seu sogro "ilegítimo," dado que Afonso III casou em segundas núpcias com Beatriz de Castela, filha ilegítima de Alfonso X.

15 fevereiro, 2017

Foi neste dia #303 (1820)

From the Writer's Almanac today:

It’s the birthday of Susan B. Anthony, a pioneer in the women’s suffrage movement. It’s because of her actions, along with other women in the suffragist movement, that women have the right to speak in public, serve on committees, keep their wages and guardianship of their children, and vote. She was also an ardent advocate for equal pay for equal work. She said: “I do not demand equal pay for any women save those who do equal work in value. Scorn to be coddled by your employers; make them understand that you are in their service as workers, not as women.” She was the longtime president of the National Women’s Suffrage Association and campaigned throughout her life for a woman’s right to vote.

Susan Brownell Anthony was born in Adams, Massachusetts (1820). Her father was a liberal Quaker and cotton manufacturer. The Anthony farm often served as a meeting place for the abolitionist movement, and later in her life, Anthony became great friends with abolitionist Frederick Douglass. Anthony taught at a Quaker boarding school in Philadelphia for a time, where she earned $1.52 per week and began thinking about the great wrongs women were suffering in life because they were not afforded the same treatment as men. She began speaking in public about equal rights for women. And when she was denied the right to speak at a temperance conference because she was female, she and her good friend Elizabeth Cady Stanton formed the New York Women’s State Temperance Society (1852).

Anthony and Stanton were inseparable until the day Stanton died. Wherever Elizabeth Cady Stanton and her husband lived, they always set aside a room for Susan B. Anthony. Anthony never married, and while Stanton worked on Anthony’s speeches, Anthony watched her children.

Stanton’s husband once said, “Susan stirred the pudding, Elizabeth stirred up Susan, and then Susan stirs up the world.” Anthony, Stanton, Parker Pillsbury, and George Francis Train started a women’s newspaper in New York City called The Revolutionist. The paper’s motto was, “Men, their rights and nothing more; Women, their rights and nothing less.”

Susan B. Anthony gave hundreds of lectures every year. Many times, her speeches were shut down by mobs throwing rotten eggs. Benches were broken, knives and pistols displayed. She once gave a speech from the top of a billiard table. And when her train was snowbound, she survived on crackers and dried fish for several days. She was arrested for attempting to vote In Rochester, New York, and during her trial, the New York Times noted dryly, “It was conceded that the defendant was, on the 5th of November, 1872, a woman.” The jury, which held no women because women weren’t allowed to serve on juries, was instructed by the judge to find Anthony guilty without discussion, which they did. The judge set a fine, but Anthony vowed to never pay it, and she never did.

Susan B. Anthony was asked so often why she never married that she always had three answers at the ready. One was, “It always happened that the men I wanted were those I could not get, and those who wanted me I wouldn’t have.” Another was, “I never found the man who was necessary to my happiness. I was very well as I was.” And the third was, “I never felt I could give up my life of freedom to become a man’s housekeeper. When I was young, if a girl married poor, she became a housekeeper and a drudge. If she married wealth she became a pet and a doll. Just think, had I married at twenty, I would have been a drudge or a doll for fifty-nine years. Think of it!”

The Nineteenth Amendment (Amendment XIX) to the United States Constitution was ratified on August 18, 1920, 14 years after Susan B. Anthony’s death. It prohibits any United States citizen from being denied the right to vote on the basis of sex. Susan B. Anthony once lamented, “To think I have had more than 60 years of hard struggle for a little liberty, and then to die without it seems so cruel.”

On November 2, of that same year, more than 8 million women across the U.S. voted in elections for the first time. It took more than 60 years for the remaining 12 states to ratify the 19th Amendment; Mississippi dragged its feet until 1984.

Ditto #351

Cynicism is often the shamefaced product of inexperience.

--A. J. Liebling

14 fevereiro, 2017

Palavras lidas #324

Weather Systems
by Barbara Crooker

Sugar maples, little fires in the trees, every blazing gradation
of orange to red, and this makes me think of you, the way
you press the long length of your body against me, the heat
seeping through flannel, my own private furnace.
If my hands and feet had a color, it would be blue.
From November until May, I cannot get warm.
Even my bones have cores of ice. But you
are a house on fire, an internal combustion system,
Sriracha sauce/ jalapeño poppers/Thai curry. I stay up
late, read until you’re asleep, so I can slip my icy feet,
frozen toes, under the smoldering log of your torso.
Even in the dark, you radiate. I am a cold front, a polar low
coming down from the arctic. And you, why you,
you’re the sun.

____________

Por outras palavras... o escalfeta humana ;-)

13 fevereiro, 2017

Espantos #494

A monumentalidade da igreja
de Santa María del Mar em Barcelona

12 fevereiro, 2017

Coisas que não mudam #389

A imparável força da natureza:
12.12.2016
07.02.2017

11 fevereiro, 2017

Ditto #350

The less conscious one is of being 'a writer,' the better the writing. And though reading is the best school of writing, school is the worst place for reading. Writing should ... be as spontaneous and urgent as a letter to a lover, or a message to a friend who has just lost a parent ... and writing is, in the end, that oddest of anomalies: an intimate letter to a stranger.

--Pico Iyer

10 fevereiro, 2017

Sem título #87

O pai e a filha...
so happy together

09 fevereiro, 2017

Inverno #52

Coisas do tempo num dia de inverno:
em Barcelona faz um belo sol e 13C ao meio dia,
já em Nova Iorque, seis horas para trás e muitos graus abaixo, neva.

08 fevereiro, 2017

Caprichos #432

Chocolate suiço...
que já vem sendo uma bela tradição de natal :-) 

Caprichos #431

Mais 8 dias e o perfume continua

07 fevereiro, 2017

Espantos #493

A impressionante quantidade de queijo no fondue!
1 kg para 5 pessoas, metade gruyère e metade emmental
tudo ralado, mistura-se em vinho branco a ferver junto com
certa quantidade de fécula de batata e kirsch.
Et voilà... haja pão e o mais que se queira molhar.
Nota para os picles de cebolinha que cortam o sabor forte do queijo.

Palavras lidas #323

Tie the Strings to my Life, My Lord...
by Emily Dickinson

Tie the Strings to my Life, My Lord,
Then, I am ready to go!
Just a look at the Horses —
Rapid! That will do!
Put me in on the firmest side —
So I shall never fall —
For we must ride to the Judgment —
And it’s partly, down Hill —
But never I mind the steepest —
And never I mind the Sea —
Held fast in Everlasting Race —
By my own Choice, and Thee —
Goodbye to the Life I used to live —
And the World I used to know —
And kiss the Hills, for me, just once —
Then — I am ready to go!

02 fevereiro, 2017

Coisas que não mudam #388

Dia 2 de Fevereiro vem sempre 40 dias depois do Natal e marca a festa da Apresentação de Jesus no templo e da Purificação de Nossa Senhora. De acordo com a tradição judaica uma mulher que desse à luz um filho ficaria impura por 7 dias e não poderia ir ao templo por mais 33. No final desse tempo, regressaria ao templo para apresentar a criança e levar o que estava escrito na Lei de Moisés para sacrifício: um cordeiro e um par de pombas, ou rolas.

É esta a passagem que se celebra hoje no calendário cristão. Estando José e Maria com o menino no templo para apresentar os sacrifícios da lei mosaica perante Simeão, este recebeu o menino em seus braços e exclamou:

"Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação,  que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo." (Lucas 2:29-33) 

Esta imagem da luz e da purificação está na origem da festa de hoje, dia 2 de Fevereiro, dia de Nossa Senhora da Luz, das Candeias (expressão talvez mais antiga e que já pouco se ouve), ou da Candelária (associada aos países de língua espanhola, e com origem nas Ilhas Canárias de onde é padroeira) ou também Nossa Senhora da Apresentação, ou da Purificação. Desde o século XI afirmou-se a tradição de trazer à igreja uma vela (em inglês candle) que era benzida e levada para casa para usar durante o ano. Em alguns lugares há ainda hoje tradições populares e/ou religiosas de procissão de velas. Nos países anglo-saxónicos este dia é conhecido por Candlemas, palavra com construção semelhante a Christmas.

No calendário do ano, este dia encontra-se mais ou menos a meio caminho entre o solstício de inverno (no ano passado foi a 21 de Dezembro), e o equinócio da primavera (este ano será a 20 de Março). Ou seja, já lá vão 43 dias de inverno e faltam ainda 46 para a primavera, são mais ou menos seis semanas para cada lado. Historicamente os povos germânicos acreditavam que a meio do inverno os ursos (ou outros animais hibernantes) acordavam para testar o tempo. Se estivesse pouco frio sairiam dos seus abrigos para procurar comida, caso contrário voltariam a adormecer o resto do inverno. A tradição foi trazida para os Estados Unidos onde hoje, dia 2 de Fevereiro, se celebra desde 1887 o Groundhog day, ou o dia da marmota, animal que também hiberna. Em Punxsutawney, um remoto local do estado da Pennsylvania, gente vestida à finais do século XIX levanta-se bem cedo para observar o comportamento de uma marmota adormecida... se a marmota vir a sua sombra haverá mais seis semanas de inverno, caso contrário a primavera não tardará.

Para mim, o dia 2 de Fevereiro será sempre o dia do aniversário daquele que fazia anos em Dia de Nossa Senhora das Candeias.

01 fevereiro, 2017

Ditto #349

Reading furnishes the mind only with materials of knowledge; it is thinking that makes what we read ours.

--John Locke