30 março, 2009

Primavera #6

Estão por todo o lado... muito mais cedo que em Boston!

29 março, 2009

Saree shopping

I was always amazed by the immense variety of colors in Indian clothing. If you take a random sample of 10 indian women (in India) and compare the color of their clothes to a random sample of 10 European or American women (doesn't really matter) you'll find the first group covers a much wider span of the color spectrum than the second. In special occasions, for instance weddings, the statement is even more true as the second group will probably polarize in darker colors.

All of this because an Indian (and very good) friend of mine is going to a wedding soon and was struggling with the color of saree to buy. When she asked my advice, I frankly did not know what to say because I don't actually have much color variety in my own wardrobe... if anything, there's a tendency towards darker shades. But she deserved a sincere answer, she's a very good friend of mine and if a friend asks you for advice you give it your best.

So here's my thought process: #1 imagine that you can literally choose any color of the spectrum with as many variations as you please; #2 forget your favorite color, your priors on what colors are proper for weddings, your priors on any color, your own skin color, the colors in your own wardrobe; #3 now think that the color you choose will (literally) cover you from head to toe leaving only the arms a few sections of your lower torso out... better be a sexy color! Given 1, 2, and 3, what color would you choose? I closed my eyes and said (that is, wrote on the chat window) turquoise blue. Regardless of her final choice, I was happy that I could provide unbiased advice as I own not a single piece of clothing in that color. She thanked the advice and went saree shopping in Chennai (former Madras).

Today I found her online again and asked what color she ended up buying. The answer was magenta with some brown/golden top. Hmm I hadn't thought of that variation (i.e. that you could choose more than one color), but was happy with her choice! Then I realized I had forgot a very important detail. In my thought process I isolated my own prejudices and biases against and/or for certain colors but I forgot to ask if there were any colors that would not be appropriate at a wedding:

her magenta with a brown/golden blouse
me cool! is there any meaning in the color? For example, does the bride wear a certain color and therefore it would be weird to buy that color to attend a wedding?
her no just that it cannot be black
me hmmm and the meaning of black?
her black is inauspicious

Now there's a word I don't use everyday! Though I have the idea it conveys something vaguely negative, I go check it out at google. The answer is clear: ill, presaging ill fortune. Ahhhh I miss the constant learning opportunity (not just vocabularywise) of hanging out with my Indian friend on a daily basis. 

So this one is for you dear... in English as you like. And I hereby promise I won't wear a black saree at your wedding, whenever that may be... don't do it too late or I won't be able to show my lower torso :-)

Pormenores #39

Gostei da t-shirt dela

fez-me pensar em duas coisas: #1 que seria bom que todas as coisas fossem tão claras, #2 que se calhar até são, nós é que as fazemos escuras!

Coisas que não mudam #88

Cheirinho bom... o ananás passou uma semana na cozinha antes de o abrir. Ao chegar a casa ao fim da tarde cheirava taaao bem!

NoTimes de hoje #96


"É uma crise fomentada por comportamentos irracionais, de gente branca de olhos azuis..." foi a infeliz declaração de Lula em Brasilia numa conferência de imprensa com Gordon Brown. Infeliz porque populista, minimalista e falsa: os ricos são brancos de olhos azuis e os pobres são todos os outros... pois. Declarações deste género só podem gerar desconforto político e conflito social, especialmente se vindas de um dos membros do G20... e a cimeira à porta!

O artigo de hoje do Times, tenta tirar o melhor partido das despropositadas declarações de Lula fazendo ligações interessantes com os olhos castanhos de Barack Obama, com canções que mencionam ambas as cores de olhos, e com estudos académicos que alegadamente indicam que pessoas de olhos azuis são melhores planeadores e têm melhores notas em exames, enquanto que individuos de olhos castanhos têm melhores reflexos, o que faz deles melhores atletas em determinados desportos. Nada, claro, é provado com rigor, nem nos dizem quais são os estudos que fazem tais alegações para irmos confirmar... ou seja, o valor da peça é apenas jornalístico (e pobre... a safa é estar nos artigos de opinião) e não científico: mensagem difícil de passar em sociedades (e são muitas) em que tudo o que aparece no jornal ou na televisão é tido como verdade. Ainda assim ficou-me na cabeça a frase:

You look at blue eyes. You look into brown eyes.

hmm... esperemos :-)

27 março, 2009

Coisas que não mudam #87

Variações engraçadas da língua Portuguesa de acordo com o país de origem. Fim de diálogo:

eu (de Portugal) então até logo
ela (do Brasil) até mais

Espantos #180

Desde Junho de 2008 foram certamente centenas as vezes que li o meu nome em qualquer correspondência ou documento oficial da Universidade. Só hoje, quando estava a investigar os detalhes do plano de seguro dentário é que me apercebi da gralha. Mais, não me apercebi a ler mas a ouvir. Liguei para um número de informação do seguro dentário que começa com uma série de menus automáticos antes de falar com a assistência. Depois de digitar o meu número de empregada, data de nascimento e número de segurança social, disseram para eu confirmar o meu nome. 

Caludia. Se está correcto prima 1. Se não está correcto prima 2. 

Oh que caramba... não está correcto não, mas agora para dizer que está incorrecto volta o menu telefónico todo ao princípio e fazem-me inserir a informação toda outra vez para dar no mesmo. Foi então que olhei para o cartão de seguro dentário e lá estava Caludia.

Ao princípio pensei que era apenas uma gralha naquele cartão e como estava ao telefone com a assistência, por outras razões bem entendido, antes de desligar mencionei a gralha para saber como poderia resolvê-la. A senhora, muito simpática, do lado de lá disse que a entidade empregadora é que tinha de enviar a informação para eles corrigirem. E depois disse ainda "Claudia é um nome muito bonito!  E Caludia também!" ehhh

Mas esta da entidade empregadora deu-me um baque... fui então verificar o nome no cartão do seguro médico geral, no da farmácia, no cartão de crédito das contas médicas e finalmente no cartão identificação da universidade: Caludia em todo o lado! Fui depois online ver o registo dos pagamentos de ordenado e lá estava Caludia também. Ou seja, estes meses todos andaram a pagar à Caludia!

Pensando bem é troca de uma só uma letra (e na volta até fui eu ao preencher os primeiros documentos online) mas muda tudo. Primeiro é o som que fica esquisito... parece que se está a mandar o pessoal todo fazer silêncio. Depois é o U que fica muito mais pronunciado e me traz à memória uma antipatia juvenil, que já me tinha passado, em relação a nomes contendo o som UU, contivessem ou não a dita vogal. E finalmente não é o meu nome bolas!

Numa sala perto de mim #94

Two Lovers (2008) não é um mau filme, mas também não é por demais memorável. Chega até a ser previsivel. Mas por volta do minuto 75 tem um encanto especial: a voz de Amália Rodrigues, quase despercebida, cantando Estranha Forma de Vida por trás de um diálogo.

Leonard (Joaquin Phoenix) encara o dilema de escolher entre Sandra, a mulher que o adora e que faz tudo por ele e Michelle, a mulher que ele adora e que faz tudo por ela. Ele bem tenta escolher a que deve, mas não consegue escapar àquela que verdadeiramente quer... como se um coração independente que ele não comanda, o faça viver naquela ansiedade de uma estranha forma de vida.* Valeu!

letra: Amália Rodrigues
música: Alfredo Marceneiro

Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha a saudade
Foi por vontade de Deus

Que etsranha forma de vida
Tem este meu coração
Vive de vida perdida
Quem lhe daria o condão
Que estranha forma de vida

Coração independente
Coração que não comando
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coração independente

Eu não te acompanho mais
Pára deixa de bater
Se não sabes onde vais
Porque teimas em correr
Eu não te acompanho mais.

Se não sabes onde vais
Pára deixa de bater
Eu não te acompanho mais.
___________________

* a letra do fado assenta que nem uma luva no contexto do filme... curiosamente na cena em que se ouve Amália ao fundo, Sandra oferece a Leonard um par de luvas :-)

26 março, 2009

Parece que estou a ouvir #79

Saia para variar :-)
A Change Would Do You Good
Sheryl Crow

Ten years living in a paper bag 
Feedback baby, he's a flipped out cat 
He's a platinum canary, drinkin falstaff beer 
Mercedes rule, and a rented lear 

Bottom feeder insincere 
Prophet lo-fi pioneer 
Sell the house and go to school 
Get a young girlfriend, daddy's jewel 

A change would do you good 
A change would do you good 

God's little gift is on the rag 
Poster girl posing in a fashion mag 
Canine, feline, jekyll and hyde 
Wear your fake fur on the inside 

Queen of south beach, aging blues 
Dinners at six, wear your cement shoes 
I thought you were singing your heart out to me 
Your lips were syncing and now I see 

A change would do you good 
A change would do you good 

Chasing dragons with plastic swords 
Jack off jimmy, everybody wants more 
Scully and angel on the kitchen floor 
And I'm calling buddy on the ouija board 

I've been thinking bout catching a train 
Leave my phone machine by the radar range 
Hello it's me, I'm not at home 
If youd like to reach me, leave me alone 

A change would do you good 
A change would do you good 

Hello, it's me, I'm not at home 
If youd like to reach me, leave me alone!  

A change would do you good 
A change would do you good

25 março, 2009

Numa sala perto de mim #93


In the name of the father (1993) Mais um fantástico desempenho de Daniel Day-Lewis, mais uma vez com sotaque irlandês, que interpreta o papel de um inocente preso por um crime que não cometeu, arrastando também o seu pai para a prisão.

Uma história de abuso de poder, de tortura física e psicológica, de perigosas guerras políticas contra o terrorismo, do dever de lutar pelo que está certo, de graves distorções ao sistema de justiça, de princípios e valores que não se demovem sob quaisquer condições, e acima de tudo, de rebelda juvenil. 

Duas notas finais: #1 impressionante cena de abertura; #2 cativante a voz de Bono no genérico de abertura... in the name of justice, in the name of fun, in the name of the father, in the name of the son.

Retirado do contexto #80

Puzzle: why does it rotate when I run?

23 março, 2009

Pedaços de DC

Fui passar o fim de semana a Washington DC com velhos amigos... soube bem. Estes não são como outros pedaços por duas razões: #1 quando não é a primeira vez que se está numa cidade não se tiram tantas fotos; #2 porque alguns momentos foram mesmo divertidos/deliciosos e merecem destaque. Com a devida ressalva aqui vai então. DC tem:

o Leopold's kafé em Georgetown... uma paragem para sobremesa (bem podia ir em caprichos) numa tarde atarefada de compras :-)

monumento de Washington... à noite com outro impacto

o monumento em memoria da segunda guerra mundial


onde, com um desafio à altura, se fazem lindas figuras!

o imponente Washington Mall, aqui visto do Lincoln Memorial com o obelisco e o Capitólio por trás... sim sim andámos a pé toda a distância, nem o frio nos deteve!
o presidente que libertou a América da escravatura (i.e. que ganhou a guerra civil) no seu cadeirão a observar todo o mall

o memorial aos soldados mortos no Vietname... o Iraque vem à memória

céu azul e magnólias em flor

esta é para ti Ri... vi de dia para mostrar bem o edifício sem lençol!

metro (aqui Dupont Circle)... sinto falta

a casa do George Washington em Mount Vernon


um anúncio ao Porto Ramos-Pinto encontrado ao acaso num café em Old Town Alexandria. Fiquei tão surpreendida que tive de disparar. Uma breve procura pela net mostra-me que certos anúncios antigos são arte!

Resumindo, um fim de semana à maneira!

22 março, 2009

21 março, 2009

No dia da Poesia

Water serpents, Gustav Klimt

"Há palavras que nos beijam,
como se tivessem boca (...)"

Alexandre O'Neill

20 março, 2009

Espantos #179

Ao assistir a um espectáculo de dança do ventre perguntei-me quanto dos impressionantes movimentos de cintura são ancas e quanto são pernas.

19 março, 2009

Numa sala perto de mim #92

Gomorrah (2008) retrata a máfia Napolitana actual. Não tem história central, mas antes várias histórias que paralelamente se deselvolvem e nos dão a ideia de como o banditismo desorganizado pode gerar um indesejado equilibro social sustentável. Violento e perturbador. Nota para a fenomenal música* das legendas finais (a mesma do trailer) que depois de duas horas de imagens intensas, dá vontade de ficar colada ao assento e pensar...
__________

* esta música final contrasta com a selecção musical do resto do filme que a mim me pareceu despropositada e sem grande ligação com o que se passava no ecran.

18 março, 2009

Numa sala perto de mim #91

My name is Harvey Milk and I am here to recruit you! 

Milk (2008) conta a história de Harvey Milk, o primeiro homosexual a ser eleito para um cargo público em São Francisco nos anos 70. Uma história de determinação e coragem, não muito diferente de Freedom Song que também mostra situações atrozes de exclusão de direitos humanos nos anos 50 e 60. O filme conta com a fantástica interpretação de Sean Penn que nunca foi tão gay. A voz, as expressões, o andar, os gestos... só um brilhante actor poderia interpretar o muito gay Harvey Milk e o ex-recluso mafioso (e muito homem!) Jimmy Markum em Mystic River.

Walk the green line...


Tradições são tradições. Em dia de São Martinho, diz o ditado, vai-se à adega e prova-se o vinho. Em Junho por alturas dos santos populares comem-se sardinhas, mas cada santo tem a sua tradição: no dia do António marcha-se, no do João martela-se e no do Pedro gostava de saber, mas não sei, se calhar apanha-se um bailarico em qualquer pequeno largo dessas ruas estreitas.

O São Patrício é para mim uma tradição recente. Tem a ver com a "herança" irlandesa dos Estados Unidos. Os americanos saem à rua vestidos de verde (alguns excentricamente... é assim um carnaval verde) para desfiles em memória do santo, bebem cerveja, dançam e divertem-se. Tudo precedido de um mês (mais concretamente desde 14 de Fevereiro) de autêntico furor verde, particularmente visível nos supermercados onde tudo o que não é naturalmente verde o fica artificialmente.

Certas cidades têm tradição mais forte. Boston, fundada por irlandeses (lembram-se da Tessie?), vive o São Patrício ao rubro. Mesmo com frio as pessoas saem à rua para a diversão.

Ontem esteve um lindo dia de primavera em Nashville. Tão lindo que saí pelas 5 e fui a mais uma corrida curta (mas desta vez sem parar) e depois deu-me uma vontade de fazer aquilo qe nunca fiz: celebrar o dia de São Patrício como é dado, que é como quem diz, como deve de ser! Ora, eu de verde já discretamente estava, mas achei que São Patrício merecia que eu fosse ouvir música ao vivo, qualquer que ela fosse.

Há bares irlandeses (menos que em Boston onde é a cada esquina) com música ao vivo, mas era esperado que esses estivessem apinhados, pelo que decidimos experimentar o honky-tonk... não é fácil de explicar. Não é bluegrass e não é country clássico. Para complicar ainda mais, não tem um padrão bem definido. Passámos por vários bares e acabámos or ficar mais tempo no Robert's Western World onde a banda tinha só três músicos: duas mulheres uma na bateria outra no contrabaixo e um homem na guitarra e voz. O bar em si era uma experiência: botas de cowboy pelas paredes juntamente com muitas notas de dolar assinadas e assim, só visto :) O som era estilo Johnny Cash no filme Walk the Line... muito muito bom!

A banda cantou por mais de 3 horas e não havia sinais de paragem pela meia noite e meia quando saímos. O pessoal animado dançava que se desunhava! É caso para dizer I walked the green line on Saint Patrick's day!

Espantos #178

Even youtube went green yesterday!

17 março, 2009

16 março, 2009

Coisas que não mudam #86


One of the sad things about not being in Portugal is missing out on matters of daily life... no matter how much you follow the news there are beautiful things that will always escape, such as advertisement campaigns like the one above. Still in my mind is the sentence Portugal, a country that needs to be deeply experienced to be understood.

Here an enlarged version in Portuguese and Spanish for the NG channel... images accompanied by the spectacular music of Rodrigo Leão after 1m 37s! Found it on kosmix :-)

15 março, 2009

No Times de hoje #95


Três artigos do Times de hoje chamaram-me a atenção. O primeiro acerca de um novo motor de busca na internet que vai para além da busca eficiente e tradicional à lá google. De nome kosmix.com, mostra um breve sumário (tipo primeiro parágrafo de enciclopédia) sobre o assunto da busca, mas também videos, fotos, sugestões de restaurantes compras e hoteis (quando apropriado), notícias blogs e foruns. Toda esta informação útil numa página fácil de navegar. Não é que o google esteja obsoleto, longe disso, mas muitas vezes dá-nos páginas e páginas de sugestões que não interessam porque o algoritmo de busca ordena os sites de acordo com o maior número de clicks em determinado website ligado com o assunto da busca. O kosmix dá a volta a isto com várias áreas distintas em que o assunto é referido. Dizem os experts que é a internet do futuro. A ver vamos... quanto a mim o google ganha pela simplicidade, mas o kosmix é uma óptima alternativa.

Os dois outros artigos falam do actual momento de recessão económica, mas com perspectivas diferentes. O segundo artigo mostra como em situações de crise se pode prosperar. Ponhamos as coisas em termos económicos. Em alturas de bonança económica, quando os níveis de desemprego são baixos, começar uma nova empresa pode não ser tarefa fácil dado que a bolsa de recrutamento é limitada. Em alturas de crise pelo contrário, há muito mais escolha e muitos dos trabalhadores têm bastante experiência, mas tiveram o azar de cair em layoff. O mesmo para os empresários. É tudo uma questão de oferta e procura. Ora pensemos pois em empresas que contratam todos os anos... por exemplo as universidades (excluamos Portugal onde a realidade universitária pouco tem a ver com a realidade do resto do mundo onde o sistema privado funciona). Como qualquer outra empresa no actual cenário económico, as universidades estão a passar por dificuldades financeiras pois muitos dos seus investimentos foram por água abaixo (o endowment de Harvard por exemplo teve uma quebra de 25%). Como qualquer outra empresa em dificuldades financeiras as universidades tentam conter despesas como podem, por exemplo congelando salários ou parando o recrutamento. Ambas as medidas se compreendem, mas a segunda é basicamente um tiro no pé, o que ainda assim é melhor que um tiro na perna (por exemplo o fecho de certos departamentos dentro da universidade), mas dói na mesma.


Finalmente, um artigo que questiona a contribuição dos mestrados de gestão (os conhecidos MBA) para o actual estado de crise. Finalmente alguém escreve sobre isto! Estava na altura de alguém questionar de onde vinham os iluminados de Wall Street que ultrapassaram todos os limites de investimentos de risco. Os críticos dos modelos de MBA apontam essencialmente três factores: #1 os programas de gestão tornaram-se demasiadamente científicos e perderam o contacto com a realidade do mundo que nos rodeia; #2 os alunos de MBA são treinados para encontrar soluções apressadas para problemas complexos; #3 os programas de MBA dão uma visão distorcida aos alunos, que ficam com o objectivo único de aumentar o dividendo do accionista, sem considerações sociais ou éticas. Em meu entender: #1 não é problema, antes pelo contrário... se os programas de MBA seguissem uma vertente mais científica o estado de coisas talvez não fosse tão alarmante; #2 a história das três pancadas... bingo! Ao longo dos anos conheci várias pessoas que enveredaram por MBA e todas, sem excepção, tinham montanhas de casos para resolver num muito curto espaço de tempo... o tempo é um recurso escasso que deve ser utilizado com parcimónia, se essa é a mensagem a passar pois muito bem. Mas se tudo é feito às três pancadas apenas porque tem de ser feito depressa, então há problema; finalmente #3, tenho um pouco de dificuldade em entender argumentos sociais ou éticos neste contexto. Em última instância elementos de natureza social ou ética devem ser regulados. As leis devem ser sempre obedecidas. Parece-me pois que esta terceira critica será mais de carácter legal do que dos programas de MBA per se.

Palavras lidas #74

LITANIA

Nós nunca nos realizamos. Somos dois abismos -- um poço fitando o céu.

Bernardo Soares, Livro do Desassossego

Memórias #30

Há qualquer coisa de muito Português (diria até, qualquer coisa de fado) no lento processo de produção do caldo verde. Não estou a falar daquele que se compra no supermercado já migado em embalagens de plástico embrulhadas em celofane, já pesado e pronto a pôr na panela. Tais luxos encontram-se certamente em Portugal e em supermercados explorados por Portugueses junto de grandes comunidades emigrantes, como por exemplo em Newark NJ, ou Somerville MA. Ora no Tennessee quando há couves é bom comprá-las porque nem sempre há. E como de couves inteiras não se faz caldo verde tem pois de se migar as ditas. Não é tarefa fácil!

Primeiro lavar uma por uma cortando a parte central e dura, depois colocá-las a jeito na mão, folha à volta de folha, fazendo um molho que é preciso manter apertado com força na mão esquerda que, quando as couves são muitas, pode não abarcar todo o diâmetro do molho dando assim azo a que se desfaça tudo em três segundos. Com o molho bem seguro então é começar a cortar com a mão direita (os canhotos que troquem as mãos) onde a faca tem de estar muito muito próxima do polegar e indicador esquerdos porque caldo verde fininho é que é caldo verde! Mas fado porquê? Porque se pena um bocado para fazer a coisa como deve de ser e o meu braço esquerdo, de tanta força fazer a mão, ficou ressentido.

Lembro-me de em pequena ver a minha avó, ou a minha mãe a migar o caldo verde e sempre me impressionaram duas coisas: #1 como é que elas o conseguiam fazer tão fininho... quando lhes perguntava elas diziam "quando fores grande também cortas assim fininho" e #2 como é que nunca as vi cortarem-se! Tudo isto a propósito de ter encontrado couves no supermercado e hoje ter dedicado parte do meu tempo (foi muito e a mão esquerda sempre a apertar o molho das couves com a mesma força durante todo o tempo) a fazer caldo verde... custou mas foi. Não ficou tão fininho como devia (ahhh afinal...), mas também não ficou mau de todo. Da falta de chouriço não tenho pena pois nunca foi hábito comê-lo no caldo verde lá em casa e por isso a sopa de hoje ficou uma boa aproximação. Mas que há quem a faça melhor há... e nunca as ouvi queixarem-se dos braços!

14 março, 2009

Numa sala perto de mim #90

Two Weeks (2007) conta a história de uma familia que lida com a morte anunciada da mãe. As reacções, as preparações, o passado... o papel de cada um na união da família. Muito bom.

Espantos #177


É publicidade, mas faz lembrar fenómenos urbanos... como
este :-)

Ditto #114

Sendo a velocidade da luz superior à velocidade do som, é perfeitamente normal que algumas pessoas pareçam brilhantes até abrirem a boca.

--Anónimo

12 março, 2009

Numa sala perto de mim # 89


"Your life is defined by its opportunities... even the ones you miss"

Retirado do contexto #79

me (joking) ... if you're interested in learning the riverdance steps I'm your girl ;)
her (joking... or so I hope) I'm not sure I could do the river dance steps, but I'm sure we would all enjoy a demonstration :)
me (not joking!!) you're funny!

Espantos #176

Há coisas estúpidas. Iogurtes. Há-os para todos os gostos: naturais, de aromas (de todas as frutas possíveis e imaginárias), com pedaços de fruta (ou chocolate, ou café), com cereais, cremosos adocicados, líquidos, magros, com fibras e por aí fora. Numa grande superfície em Portugal a brutalidade está no exagerado número de escolhas (é só ver aqui). Entra-se por aquele gigantesco e frio corredor e fica-se logo atordoado com a variedade. Depois há ainda marcas para dar e vender e diferentes apresentações: em vidro, em plástico, em garrafa, em boião, aos pacotes de dois quatro seis ou doze, com oferta de tupperware... enfim, comprar iogurtes em Portugal é um processo muito complicado.

Por aqui há menos escolha, o que não é necessariamente mau dada a complexidade da multiplicidade sequencial de decisões sobre leite azedo. O que me preocupa seriamente é o menu de escolhas deste lado do Atlântico (ora vejam aqui). Há iogurtes naturais, magros com aromas, com geleias de fruta no fundo (um bocadinho esquisito), cremosos adocicados (mas apenas de baunilha, morango, ou pêssego), e finalmente com fibras. Ora isto tudo para dizer que, uma pessoa que não tem problemas de peso ou de intestinos, que não gosta cá de geleias misturadas no leite azedo nem de iogurtes cremosos adocicados, mas que gosta de uns aromazitos está feita!

Restam-me uns iogurtes para o cremoso mas não adocicado (raridade!) que são, pois claro, para bebés, aquele pessoal que não sofre dos intestinos nem se preocupa com a balança e que deve comer os iogurtes mais normais e menos alterados. Comprei pois 3 de pêra e 3 de pêssego... não é todos so dias que nesta casa sem crianças entram produtos com indicação for babies & toddlers :-)

11 março, 2009

Caprichos #90



Apeteceu-me...

O dia foi longo, a produtividade não foi por aí além, as notícias de Portugal não foram as melhores. Ao regressar a casa por volta das 7pm, no caminho habitual que leva cerca de 20 minutos em andar calmo, passei por 4 ou 5 joggers e pensei que estava a temperatura perfeita para uma corrida ao ar livre. Ora quem me conhece sabe que correr não é comigo... correr a bom correr, por exemplo 100m para apanhar o autocarro, deixa-me com os "bofes pela boca" por isso tenho por lema que correr 10 segundos não posso, mas andar um dia inteiro gostaria... e muito!

Lembro-me que no último semestre em Boston tentei a corrida, nunca em estrada, mas na pista coberta das fabulosas instalações desportivas da universidade, de tartan, plana e sem sobressaltos. Dizia-me uma amiga que correr em estrada cansava muito mais que em pista, mas eu não estava preparada para essa fase e muito lentamente passito atrás de passito lá progredia à volta da pista umas quantas voltas, só parando depois de 20 minutos ou assim quando já sentia a cara quente e a circulação nas orelhas. Uma vez fui com o D que tinha outra estratégia: correr depressa umas 2 ou 3 voltas, andar uma volta para descansar e repetir a dose umas quantas vezes. Ao ver a minha lentissima velocidade só disse "pôxa C, você não corre, você saltita!" E lá ía eu a saltitar à volta da pista umas duas vezes por semana.  Ao princípio custou: dois dias a seguir à primeira sessão de saltitação doíam-me os músculos todos e descer escadas era particularmente difícil. Mas da segunda vez já só me senti assim durante meio dia e da terceira já nada... tinha entrado em forma, certamente pouco apurada, mas em forma. Com o terminar da dissertação e os afazeres da mudança deixei-me de saltitações.

Mas hoje ao cair da noite em Nashville o céu estava limpo de nuvens e polvilhado de estrelas, a temperatura era de 25 graus centígrados e soprava uma leve brisa do sul. Pensei que seria uma pena não aproveitar... até porque nos próximos dias irá chover e as temperaturas máximas vão variar entre os 9 e os 12 graus. Apeteceu-me mesmo correr! Ora nem digas outra... depois de passar pelo supermercado, cheguei a casa, pousei as compras, vesti o fato de ginásio, peguei no ipod que coloquei em random e prendi na alsa da camisola, peguei nas chaves, saí e fechei a porta. O percurso foi pequeno... diz o google maps que são 1.4 milhas ou seja 2.25 quilómetros, mas para mim chega... 10 minutos em terreno primeiro ligeiramente a descer e depois ligeiramente a subir (antes fora ao contrário, mas moro num alto... fazer o quê?) já deu para cansar... os últimos 300 metros foram a pé. Mas soube bem saltitar pelo percurso!

Cheguei a casa e depois de um duche rápido fui cozinhar. Liguei o computador e coloquei a mesma lista musical que estava no ipod, desta vez no itunes com o volume no máximo. Lá ía cortando os ingredientes para o refogado, ao mesmo tempo que cantava em alto e bom som:

... e as forças que me empurram 
e os murros que me esmurram, 
só me farão lutaaaaaaaar 
à miiiiiiiiinha maneiraaaaaa
à miiinhaaa maneira!

... la luna me esta mirando 
yoooo no se lo que me veeee
yo tengo la ropa limpia
yo tengo la ropa liiiimpia
ayer tarde la laveeee
ayer tarde la lave
luuuuna luna luna luna llena
menguante
luuuuna luna luna luna lleeeena
menguaaaaanteeeeee
luna lleeeena
ponga-te

... how does it feeeel
how does it feeeel
to be on your own
with no direction hoooome
like a complete unknooooown
like a rolling stoooone?

... it's not over toniiiiiiiight
just give me one more chance to make it right
i may not make it through the night
i won't go home without yoooooou

... saiu decidida para a rua 
com a carteeeira castanha 
e o saia casaco escuuuuuroooooo
tantos anos tantas noooites
sem sequer uma loucuuuuuraaaaa

e por aí fora... estão a ver a ideia? Vamos lá ver quem é que se mexe depois de amanhã!

10 março, 2009

Espantos #175

Dois momentos no espectaculo de Mariza de ontem valeram o bilhete: uma guitarrada e uma desgarrada... a capella.

09 março, 2009

Coisas que não mudam #85

Perceptions of style. Even though it's not the first time I get such a comment, I always get puzzled by it. Dialogue:

J So can we expect to see you dressed in all stylish black on lecture days?
Me Not really, I'm going to this fado concert today, I don't even teach so it's actually kind of a waste.
A Oh come on J... she's always very stylish!

I smile and keep quiet while two thoughts come to my mind:

#1 Am I stylish?? My sister is gonna crack up at this.
#2 Me, stylish? You should meet my sister to see what style is...

08 março, 2009

Coisas que não mudam #84

Children's questions: Are you as pretty as I am? Where is my mama? Do you like my pants? Am I naked? What pets do you have? Can you tickle my foot? :-)