15 março, 2009

No Times de hoje #95


Três artigos do Times de hoje chamaram-me a atenção. O primeiro acerca de um novo motor de busca na internet que vai para além da busca eficiente e tradicional à lá google. De nome kosmix.com, mostra um breve sumário (tipo primeiro parágrafo de enciclopédia) sobre o assunto da busca, mas também videos, fotos, sugestões de restaurantes compras e hoteis (quando apropriado), notícias blogs e foruns. Toda esta informação útil numa página fácil de navegar. Não é que o google esteja obsoleto, longe disso, mas muitas vezes dá-nos páginas e páginas de sugestões que não interessam porque o algoritmo de busca ordena os sites de acordo com o maior número de clicks em determinado website ligado com o assunto da busca. O kosmix dá a volta a isto com várias áreas distintas em que o assunto é referido. Dizem os experts que é a internet do futuro. A ver vamos... quanto a mim o google ganha pela simplicidade, mas o kosmix é uma óptima alternativa.

Os dois outros artigos falam do actual momento de recessão económica, mas com perspectivas diferentes. O segundo artigo mostra como em situações de crise se pode prosperar. Ponhamos as coisas em termos económicos. Em alturas de bonança económica, quando os níveis de desemprego são baixos, começar uma nova empresa pode não ser tarefa fácil dado que a bolsa de recrutamento é limitada. Em alturas de crise pelo contrário, há muito mais escolha e muitos dos trabalhadores têm bastante experiência, mas tiveram o azar de cair em layoff. O mesmo para os empresários. É tudo uma questão de oferta e procura. Ora pensemos pois em empresas que contratam todos os anos... por exemplo as universidades (excluamos Portugal onde a realidade universitária pouco tem a ver com a realidade do resto do mundo onde o sistema privado funciona). Como qualquer outra empresa no actual cenário económico, as universidades estão a passar por dificuldades financeiras pois muitos dos seus investimentos foram por água abaixo (o endowment de Harvard por exemplo teve uma quebra de 25%). Como qualquer outra empresa em dificuldades financeiras as universidades tentam conter despesas como podem, por exemplo congelando salários ou parando o recrutamento. Ambas as medidas se compreendem, mas a segunda é basicamente um tiro no pé, o que ainda assim é melhor que um tiro na perna (por exemplo o fecho de certos departamentos dentro da universidade), mas dói na mesma.


Finalmente, um artigo que questiona a contribuição dos mestrados de gestão (os conhecidos MBA) para o actual estado de crise. Finalmente alguém escreve sobre isto! Estava na altura de alguém questionar de onde vinham os iluminados de Wall Street que ultrapassaram todos os limites de investimentos de risco. Os críticos dos modelos de MBA apontam essencialmente três factores: #1 os programas de gestão tornaram-se demasiadamente científicos e perderam o contacto com a realidade do mundo que nos rodeia; #2 os alunos de MBA são treinados para encontrar soluções apressadas para problemas complexos; #3 os programas de MBA dão uma visão distorcida aos alunos, que ficam com o objectivo único de aumentar o dividendo do accionista, sem considerações sociais ou éticas. Em meu entender: #1 não é problema, antes pelo contrário... se os programas de MBA seguissem uma vertente mais científica o estado de coisas talvez não fosse tão alarmante; #2 a história das três pancadas... bingo! Ao longo dos anos conheci várias pessoas que enveredaram por MBA e todas, sem excepção, tinham montanhas de casos para resolver num muito curto espaço de tempo... o tempo é um recurso escasso que deve ser utilizado com parcimónia, se essa é a mensagem a passar pois muito bem. Mas se tudo é feito às três pancadas apenas porque tem de ser feito depressa, então há problema; finalmente #3, tenho um pouco de dificuldade em entender argumentos sociais ou éticos neste contexto. Em última instância elementos de natureza social ou ética devem ser regulados. As leis devem ser sempre obedecidas. Parece-me pois que esta terceira critica será mais de carácter legal do que dos programas de MBA per se.

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