A 24 de Julho de 1580, António Prior do Crato (neto ilegítimo de D. Manuel I) foi aclamado rei nas cortes de Santarém sucedendo ao cardeal rei D. Henrique seu tio, que dois anos antes sucedera ao seu sobrinho neto D. Sebastião, malogradamente desaparecido em Alcácer Quibir. O reinado de D. António durou apenas 33 dias. Com o apoio do baixo clero e do povo, António não podia competir com Filipe II de Espanha, seu primo direito (também neto de D. Manuel I), que contava com os apoios da nobreza a quem tinha prometido futuros benefícios.
Sem nunca se resignar, António veio a exilar-se nos Açores de onde reinou por dois anos. Partiu depois para França e dali para Inglaterra onde em 1589 pediu auxílio à rainha Isabel I para tomar Lisboa. O desembarque e a tomada de Peniche deu-se sem problemas. Daí a armada dividiu-se: uma parte seguiria por terra com tropas às quais o esperado apoio popular se deveria juntar; por mar seguiria a artilharia ao comando de Drake até Cascais numa tentativa de cercarem Lisboa por terra e mar. A partir daqui foram só azares: os saques das tropas a caminho de Lisboa (Atouguia da Baleia, Lourinhã, Torres Vedras e Loures) não inspiraram confiança no povo que, apagado e vilmente triste, se absteve; a armada que navegara até Cascais aguardava pela entrada em Lisboa das tropas terrestres, mas estas foram surpreendidas pela poderosa artilharia Espanhola que do Castelo de São Jorge tudo dizimava; finalmente a armada de Drake foi acometida de peste e retirou-se em menos de um mês, deixando conhecida a inglória expressão "amigos de Peniche" para aqueles com quem não se pode contar.
Depois do fracasso, António caiu na pobreza e finalmente exilou-se em França com uma pequena pensão concedida por Henri IV. O último príncipe da dinastia de Aviz morreu em Paris faz hoje 417 anos.
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