De como das coisas tenho duvidado.
Nega que amei o meu ser presente,
Inda que algo insista que o fiz no passado.
Do que já fomos até agora vivemos,
E o que pensamos é sempre o já pensado.
Somos, sem saber como, o que perdemos
E às mesmas conclusões somos levados.
Por isso nada falo com fundamento,
Salvo o que a razão do meu mistério dê
E traga da plúmbea concha do fingimento
Para a luz dourada o que se vê.
Fernando Pessoa, Poesia Inglesa II
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