18 novembro, 2008

Sem título #9

Há coisas que me põem a pensar... não é preciso muito.  

Tenho vários relógios, capricho de irmã (verdadeira coleccionadora) que tem ainda mais relógios do que eu. Por capricho ou pirraça, ela oferece-me um relógio cada natal ou aniversário (são tão perto um do outro que não se distinguem se quero lembrar o que me foi oferecido numa ou noutra ocasião), independentemente de eu lhe dizer que não preciso de tantos relógios e que ter tantos é um bocado ofensivo para quem não tem nenhum ou para quem não pode comprar outras coisas mais essenciais que relógios. A verdade é que já me habituei a eles e que gosto de trocar conforme a roupa ou o humor, por isso já não acho que seja pirraça... é mesmo gosto adquirido por insistência.

Com a habituação desenvolve-se gosto não pela cor mas pelo modelo: leve e colado ao pulso é mais confortável. Ainda me arrepia um bocado pensar assim devido àquilo que considero superfluo, mas agora que até já tenho um cabide (oferecido no natal ou aniversário do ano passado) para os pendurar nem tinha graça ter só um. Preocupa-me bem mais a quantidade absurda de sapatos que tenho... não sou uma Imelda Marcos, mas ela terá talvez começado assim. Mas adiante.

Vem isto a propósito do conceito de infinito aplicado ao tempo. Três dos relógios fazem um barulho considerável com o tic-tac do ponteiro dos segundos no silêncio da casa.  Certos dias batem todos ao mesmo tempo, como se fossem um só, mas noutros ouvem-se três distintos sons durante um só segundo. E muitos mais se poderiam ouvir pois entre um segundo e outro vai uma infinidade (se bem que limitada no tempo... o infinito confunde-me!) de unidades de tempo, cada uma podendo ter um som associado.  Claro que o ouvido humano só processa determinado número de tics por segundo, mas isso não quer dizer que mais não possam existir.  

Ora, dado que não ando a acertar relógios todos os dias, a variação dos tics dos relógios (ora todos ao mesmo tempo ora, passado alguns dias, todos em tempos diferentes) só pode querer dizer que os relógios não funcionam todos ao mesmo passo. Pilha fraca também está de parte, visto que nenhum deles se adianta ou atrasa em relação aos outros ou em relação ao tempo. A menos que me esteja a falhar alguma coisa, parece-me que a única explicação possivel é a de os relógios (podendo ser apenas um ou todos três) que são usados durante o dia regressam ao cabide à noite com um passo ligeiramente diferente, que não causa atraso ou adiantamento que se note. 

Explicação para isto não tenho.  O que sei é que o relógio que recebi há dois anos pelo natal (ou pelos anos) não funcionava no meu pulso, embora funcionasse na perfeição no pulso de uma amiga minha que "contratei" por um dia para uma experiência. A minha amiga, que gosta da série "Heroes" onde os personagens têm diferentes superpoderes, disse que a capacidade de parar o tempo só podia ser uma coisa boa! Eu estava mais inclinada para o facto de ser um relógio fino, colado ao pulso, de bracelete pouco maleável, que quando usado no braço esquerdo faria contacto com a área entre o pulso e a mão no local do acerto, tudo isto combinado com um material não muito resistente por parte daquele relógio específico, daí a paragem.

Tudo tem uma explicação... esta de os relógios baterem e deixarem de bater ao mesmo tempo é que não estou bem a ver qual é.

3 comentários:

Atlantico Central disse...

Alguma sugestão para o Natal?

Atlantico Ocidental disse...

Naaaaaaaaaaaao...

Anónimo disse...

Quais rugas, qual botox... o segredo reside na energia desta mulher poderosa que faz parar o tempo :)
SP