O outro mundo, René Magritte
Tenho de mim a ideia que sou pessoa de ideias fixas. Reconheço mesmo que de vez em quando é difícil convencer-me de que não tenho razão. Normalmente não tomo decisões de ânimo leve, ou por instinto (salvo raras e honrosas excepções), penso muito antes de agir e esse processo faz com que acredite que as minhas convicções são as mais correctas e algumas vezes (mais do que algumas, in fact) não é assim.
Vem isto a propósito de uma notícia que me deixou estupefacta: actualmente cerca de metade dos funerais realizados em Lisboa são já cremações.
Há alguns anos atrás (não muitos) firmava a pés juntos que seria incapaz de tomar tal opção, e não é fácil explicar porquê. O fim é difícil de encarar e dar ordem para queimar (porque é disso que se trata) o que sobrou de quem tanto queremos parecia-me de todo impossível.
Hoje vejo o “depois da morte” de forma diferente (a morte não). Vejo nas periódicas romarias aos cemitérios o cultivar de rituais sem sentido, um cultivar em vida da própria morte, pois um cemitério mais do que isso não é.
A única coisa que resta de quem morre são as memórias com que delas ficamos, boas ou más. E essas, essas não se encontram ali.
Vem isto a propósito de uma notícia que me deixou estupefacta: actualmente cerca de metade dos funerais realizados em Lisboa são já cremações.
Há alguns anos atrás (não muitos) firmava a pés juntos que seria incapaz de tomar tal opção, e não é fácil explicar porquê. O fim é difícil de encarar e dar ordem para queimar (porque é disso que se trata) o que sobrou de quem tanto queremos parecia-me de todo impossível.
Hoje vejo o “depois da morte” de forma diferente (a morte não). Vejo nas periódicas romarias aos cemitérios o cultivar de rituais sem sentido, um cultivar em vida da própria morte, pois um cemitério mais do que isso não é.
A única coisa que resta de quem morre são as memórias com que delas ficamos, boas ou más. E essas, essas não se encontram ali.
Sem comentários:
Enviar um comentário