(...) Quando Deus confundiu as línguas na torre de Babel, ponderou Philo hebreu, que todos ficaram mudos e surdos, porque ainda que todos falavam e todos ouviam, nenhum entendia o outro. Na antiga Babel houve setenta e duas línguas; na Babel do rio das Amazonas já se conhecem mais de cento e cinquenta, tão diversas entre si como a nossa e a grega; e assim quando lá chegamos, todos nós somos mudos, e todos eles surdos. Vede agora quanto estudo e quanto trabalho será necessário para que estes mudos falem, e estes surdos oiçam. (...)
Padre António Vieira, Sermões, "Sermão da Epifania", pregado na Capela Real do Paço da Ribeira no dia da Epifania (6 de Janeiro) em 1662
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