23 fevereiro, 2014

Caprichos #287

Lembro-me de em pequena não gostar de polvo. Nem de polvo nem de outros alimentos de consistência viscosa e aparência duvidosa como lulas ou caracóis. A antipatia pelos caracóis mantém-se, mas os anos levaram-me a apreciar bastante polvo e lulas. Ainda assim, apenas hoje me aventurei finalmente a cozinhar polvo, iguaria incomum nos supermercados americanos. Mas recentemente encontrei polvo congelado e limpo num supermercado perto de casa, vindo directamente da Tailândia e embalado no Massachusetts. Fiquei tão contente que tirei mesmo uma foto da prateleira do supermercado!
O meu maior receio era a maneira de cozinhar: não queria que ficasse com consistência de pastilha elástica que se mastiga, mastiga e não se desfaz, mas depois de consultar quem cozinha polvo há décadas (e sabe deliciosas receitas!), e de ver online alguns conselhos úteis, decidi mesmo comprar para um dia com calma tentar a sorte. O ideal para uma pessoa só seria cozinhar cada polvo individualmente. No entanto, como vinham aos pares, teriam de se descongelar simultaneamente e cozinhar (na panela de pressão, com pouca água e apenas durante dez minutos; super fácil!) de uma só vez para depois decidir o que fazer com eles em várias refeições... pensava eu, porque embora fossem dois polvos, eram pequenos e encolheram bastante durante a cozedura.
Reconhecido o encolhimento, concluí que tinha polvo no máximo para duas refeições por isso decidi cortar tudo em pedaços e usar uma parte hoje e outra mais tarde. Depois de tudo partido a pequena porção de polvo ficou ainda mais evidente.
A questão agora seria a de continuar com o plano de duas refeições com porções médias, ou apenas uma com porção maior que a conta. Fiquei-me pela primeira alternativa. Separei pouco menos de metade para um destes dias fazer um arroz de polvo (que, por causa do arroz, talvez não necessite de tanto polvo), e o com resto decidi fazer uma salada morna com os seguintes ingredientes: polvo em pedaços, batatas cozidas cortadas aos cubos, um pouco de cebola picada (a receita original não leva cebola, mas salada que é salada fica sempre melhor com ela), azeite e limão a gosto e por cima salsa picada. O resultado ficou óptimo!
Só lhe tinha posto um pouquinho mais de salsa, que entretanto acabou, mas para a próxima não faltará. Brevemente, arroz de polvo!

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