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Ainda terás nome?
Esse que te dei, chama
ou asa, ainda te pertence?
Se tens ainda nome
por que não respondes?, por que não
te aproximas para respirar
comigo o mesmo sol, o mesmo riso?
Também a transparência,
claro rumor de tílias, morre
quando se morre?,
ou só morre a espessura dos dias,
o peso do ar?
Com as mãos, com os olhos, seja
com o que for, dentes ou sílabas,
escavarei o chão até romper
a água - para sempre acesa.
Eugénio de Andrade
(in Os lugares do lume)
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