Há coisas que nos surpreendem, ou pelo menos nos deixam a reflectir, mesmo quando temos uma ideia previamente definida acerca de determinado assunto.
Vem isto a propósito da agora designada IVG ou interrupção voluntária da gravidez (expressão com a qual não concordo uma vez que a gravidez é insusceptível de ser retomada após o acto clínico que está em causa) e do testemunho do Prof. Gentil Martins, num debate pouco sério, na RTP ainda há pouco.
O irrepreensível médico exibia orgulhosamente o seu diploma de curso dizendo que havia há muitos anos jurado defender a vida humana desde o seu início, acabando por ler, em directo, uma das cláusulas do Juramento de Hipócrates. Ora, ninguém defenderá que um embrião, mesmo que com 10 semanas, não é uma vida humana e, por isso, dizia nunca poder assumir outra posição que não a de dizer "não" ao aborto.
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