Enquanto esperava o metro na estação de Park Street alguém a tocava na plataforma, como sempre. Mas ontem, pela primeira vez, o tocava-se tango… este. Apenas uma viola tocada por alguém, certamente latino-americano, mas não argentino, talvez mexicano, peruano, boliviano… conseguiam-se-lhe vislumbrar traços indígenas na cara. A maneira como tocava fazia passar não só a melodia principal da famosa canção (que neste registo sonoro é transmitida pela violeta ou violoncelo), mas também todo o acompanhamento (aqui essencialmente o piano) criando na estação uma ambiência de 2 ou 3 instrumentos. Não dá para descrever aqueles minutos de espera… só sei que quando a música terminou as palmas explodiram pela estação e, se eu tivesse lágrimas, certamente elas apareceriam ao canto do olho.
Esta extra-sensibilidade inquietou-me: será que se tivesse ouvido uma conhecida música portuguesa me comoveria da mesma forma? Talvez… mas acho que de tanto lidar com diferentes nacionalidades, tornei-me susceptível a coisas que há seis anos atrás não era.
21 outubro, 2006
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