Morreu Eusébio.
Portugal está mais pobre e está mais pobre
porque foi enterrado, hoje, um dos seus símbolos maiores.
Eu, que nem sou muito de adivinhar fatalidades,
e achar que a sina é mais forte que o trabalho e a audácia, vi hoje na rua
pessoas verdadeiramente tristes, e muitas delas nem viram Eusébio jogar. Neste
cenário comecei a pensar por quem estas (ou outras pessoas) chorariam assim e
vejo, também com tristeza, que talvez ninguém o conseguisse.
Num tempo em que as bolas pesavam, os relvados
não o eram, em que a publicidade não ajudava os atletas a ter luz fora do
estádio e os prémios eram um par de sapatos e uma camisa da Triple Marphel, Eusébio
brilhou.
E ao brilho da exuberância da técnica, da
agilidade e da resistência juntou-se o brilho que poucos têm: aquele que nunca
o afastou dos seus, mesmo quando foi menos bem tratado, que nunca permitiu os
tiques de arrogância que neste meio são tão comuns.
Impressiona-me a admiração, a inspiração que em
seu redor originou, primeiro do clube que, em Portugal, o acolheu e que depois ele
acolheu já sem jogar. Mas hoje vimos que vai muito além disso, muito além das
cores dos clubes e muito além das fronteiras do país. Portugal está, por isso,
mais pobre.
Percebi hoje o que é a “chama imensa”.
É dia de Reis, descansa em Paz Eusébio, que a Terra
consiga ter mais como tu!!
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