14 setembro, 2012

Num país a fingir #49

Num país a fingir a federação nacional de futebol lança um processo disciplinar com carácter de urgência a um jogador no dia 17 de Agosto por alegada agressão ao árbitro durante um jogo amigável seis dias antes. Quase um mês depois, no dia 14 de Setembro, sai o resultado do dito processo. A não ter urgência quanto tempo o processo demoraria...

Num país a fingir, o clube do referido jogador pura e simplesmente ignora o processo disciplinar em curso e coloca o jogador como titular no primeiro jogo do campeonato (a 18 de Agosto) e nos jogos subsequentes. Mais, altos dirigentes lamentam o acontecimento mas defendem o jogador, mesmo antes do apuramento dos factos.

Num país a fingir, jogadores, treinadores, dirigentes e adeptos do clube em causa, todos se mostram incrédulos com a atitude caricata do árbitro que, na opinião destes, terá fingido e criado toda esta situação. Com que interesse é que um árbitro amador estrangeiro tal faria num encontro amigável, isso não se sabe... mas não há muita dificuldade em imaginar possíveis conspirações.

Num país a fingir, escaramuças em campo são vulgares, especialmente após faltas graves dignas de cartão. É por de mais comum a congregação de jogadores exaltados, de ambas as equipas, à volta do árbitro: uns pedem o cartão (e até a cor!) em altos berros a poucos centímetros da cara do árbitro; outros gritam incrédulos que nada fizeram, levantando as mãos em sinal de inocência. Quem nunca viu em tal situação encostos mais ou menos violentos, cotoveladas e empurrões? Quem nunca viu um árbitro a tentar saír do meio da confusão, geralmente dando passos para trás, de forma a poder isolado levantar bem alto o cartão para que todos vejam?

Num país a fingir não há regras a cumprir, nem as disciplinares que vêm nos regulamentos desportivos, nem as de educação que não estão escritas em lado nenhum. Neste cenário, todo o arcaboiço de processos disciplinares e sanções é de facto caricato e incompreensivel.

1 comentário:

Anónimo disse...

Prova inequivoca de falta de cultura desportiva. Apanágio dos fracos de espirito!
JR