09 setembro, 2012

Foi neste dia #186 (1438)

D. Duarte (Edward em inglês, em homenagem ao seu bisavô materno o rei Eduardo III de Inglaterra*), o mais velho elemento da ínclita geração, ficou conhecido na história como o rei-filósofo (ou eloquente) sendo da sua autoria um dos mais antigos livros de hipismo e justas equestres medievais -- O Livro da Ensinança de Bem Cavalgar em Toda a Sela.

Para além de interesses equestres próprios da alta nobreza, Duarte tinha também o não menos próprio interesse pela conquista, especialmente em terras infiéis que pudessem vir a dar lucro. Era o caso de Tânger que, após a conquista de Ceuta pelos portugueses em 1415, tinha passado a ser o ponto de passagem das rotas comerciais do norte de África em detrimento da praça portuguesa. Reza a história que Duarte não estava muito decidido em relação à conquista, mas que se terá deixado convencer pelos irmãos Henrique (o navegador) e Fernando (o malogrado) deixando para trás as opiniões dos seus outros dois irmãos Pedro e João... a ínclita geração estava dividida e Duarte desempatou em favor do ataque a Tânger em 1437.

A coisa não correu bem para os portugueses e o infante D. Henrique assinou mesmo um tratado de rendição que deixava D. Fernando como refém a troco da permissão de retirada das tropas portuguesas e subsequente entrega de Ceuta a Marrocos. Duarte estaria novamente num impasse: os seus irmãos Pedro e João pressionavam-no para cumprir o tratado, uma vez que Ceuta nada rendia sem Tânger; enquanto Henrique, que tinha assinado o tratado, defendia a renegação. Em 1438, as cortes de Leiria seguiram a opinião do navegador e o tratado não se cumpriu.

Duarte morreu em Tomar faz hoje 574 anos deixando o seu irmão Fernando eternamente refém. O infante santo, morreu em Fez em 1443.
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*Com um nome inglês que se traduz para português de duas formas distintas, não admira que mais Eduardos ou Duartes não houve em toda a sucessão... até ao actual herdeiro, bem entendido!

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