Ela olhou-o bem nos olhos e ele viu um céu azul de Verão. Apeteceu-lhe logo dizer que ela tinha os olhos mais azuis do mundo, mas sabia bem que tal seria vulgar e nada diria na verdade. Pensou depois dizer-lhe que os seus olhos eram pedacinhos de céu, mas sabia muito bem que tal seria ingénuo e de um enorme ridículo. Esforçou-se ainda durante algum tempo por encontrar uma forma poética de dizer os olhos dela, mas nada lhe ocorria. Desanimado, olhou de novo os olhos dela, que sorriam ainda, e viu que eram castanhos. Então sorriu ele também, e disse-lhe numa voz clara de espanto: Tens os olhos mais azuis do mundo.
Luis Ene
(Aqui)
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