13 janeiro, 2007

No Times de hoje # 21

Mais um dia daqueles no New York Times
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Sobre a adopção de crianças Ucranianas por familias Americanas, o artigo A Taste of Family Life in U.S., but Adoption Is in Limbo mostra as fragilidades de um sistema ainda incipiente, que permite a crianças de orfanatos daquele país visitarem uma possivel familia de adopção Americana e durante duas semanas viverem nas nuvens. A visita é isso mesmo – temporária e contra isso nada a fazer. O pior é que a burocracia, a corrupção e a demora dos processos muitas vezes fazem com que a adopção nunca se concretize, sofrendo as crianças e as familias.

Safe-Haven Laws Fail to End Discarding of Babies é um artigo perturbador que põe a claro uma realidade chocante: o número de crianças recem-nascidas mortas pelas próprias mães tem vindo a aumentar em Nova Iorque, apesar das leis que permitem que se abandonem aquelas crianças em hospitais ou postos de bombeiros, no strings attached, i.e. sem medo de serem investigados por isso. Dos 50 estados, 47 têm estas leis em vigor. Ainda assim, 6 recem-nascidos mortos foram encontrados em centrais de reciclagem e contentores de lixo, na área de Nova Iorque, o dobro de 2005. É de tal maneira que a associação A.M.T. Children of Hope Foundation em Long Island, encarrega-se de receber os bébés abandonados que sobrevivem e de enterrar os que não têm essa sorte, aos quais é atribuido um nome e o mesmo apelido: HOPE*.

Finalmente, For Human Eyes Only fala de um tipo de investigação interessante: o ser humano tem o branco dos olhos maior que qualquer outro primata. E o que é que isso interessa? Aparentemente muito! Os chimpanzés não têm branco nos olhos e por isso, se os seus olhos apontarem numa direcção diferente da da sua cabeça nós não damos por isso. Com os humanos é praticamente impossível dissimular para onde se olha, podendo mais facilmente mostrar o que queremos, o que em sociedades de primatas (que competem pelos mesmos alimentos) pode ser uma desvantagem. Ora a teoria evolucionista diz que as espécies que sobrevivem são aquelas com qualidades que se destacaram, facilitando a sua reprodução e sobrevivência. Assim, se mostrar para onde olhamos pode ser considerado uma desvantagem, haverá certamente algo que a compensa numa magnitude superior. And the key is… cooperation! O artigo está fantástico!
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* Vem-me à cabeça a música do David Bowie... não existindo esta associação, mais recém nascidos pereceriam nestas condições. True heroes... even if just for one day!

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