31 outubro, 2008
No Times de hoje # 73

A memória de um 31 de Outubro, em 1972, que nada tem a ver com bruxas mas cuja lembrança passará de pai/mãe para filhos.
Uma família de refugiados do Uganda que à chegada a Montreal, no Canadá, encontra "mais" que um agente da imigração. Vale a pena, ler o artigo.
A forma como o ditador Idi Amin é esquecido por uma família destroçada e obrigada a fugir do seu país e dos seus pertences, em contraposição com a chegada calorosa (apesar do frio) de alguém que cumpre mais que um dever laboral e de quem nem o nome se sabe.
Ficou-me a frase "Just because a problem doesn't affect you personally doesn't mean it ceases to exist" (e muito mais que ela).
30 outubro, 2008
29 outubro, 2008
28 outubro, 2008
Espantos #147
mais uma refeição de carne... mas estava booooa!
Gosto de carne, mas também gosto de peixe. Nunca reparei que gostava igualmente dos dois até deixar de ter uma alimentação 50-50. É que do lado de cá não se encontra muita variedade de peixe no supermercado. Vende-se marisco (conchas, camarão) e salmão qb, peixe branco é que é mais dificil. Em Boston, o Trader Joe's (que ficava ligeiramente mais longe de casa, mas dava para ir a pé) tinha uma boa selecção de peixe congelado e de vez em quando lá tinha de parar.
Habituei-me por isso a comprar carne para cozinhar em casa e escolher peixe quando comia fora. Mas, tal como nos supermercados, as opções de peixe nos menus dos restaurantes são muito reduzidas (talvez 1 para 10 num restaurante não especializado) e a maior parte das vezes são fritos. Foi com estas e com outras que me dei conta de que gosto bastande de peixe e que não como tanto quanto costumava.
Como era esperado, a mudança de Boston para o Tennessee não melhorou a oferta de peixe no supermercado... surpreendentemente não é pior, mas igual... o que para mim já não era suficiente. Por aqui não há Trader Joe's (por enquanto, já ouvi dizer que vai chegar) e apesar de haver Whole Foods, não é acessível sem carro.
Tudo isto para dizer que há sempre alternativas. Conheço uma pessoa que também não tem carro e que compra peixe congelado na internet... online!! A primeira vez que ela me disse fiquei mesmo muito espantada. Qual é a coisa mais improvável de comprar online? Um amigo respondeu "um carro." Sim, concordo, mas sabendo o que se quer deverá ser possível. Quando insisti com ele em artigos perecíveis, recebi um "come on!!!" seguido de silêncio. Decidi dar-lhe uma pista e dizer que não era gelado :) mas ainda assim ele não arriscou. Pois é... peixe congelado! É de facto dificil de acreditar.
A pessoa que me indicou o website já lá compra há muito tempo, e não tem razões de queixa. Que vem tudo congelado com dry ice (um doce a quem me encontrar a tradução disto) e que deixam à porta, não havendo problema de entregar em pessoa. Fiz a compra no sábado ainda numa de experimentar, sem perceber bem qual o periodo de entrega dos produtos congelados... também não tive muita paciência para ir ver os pormenores do website e aceitei a palavra da colega como válida... até porque é uma pessoa de gosto refinado e se houvesse problema ela não recomendaria. Hoje ao fim do dia recebi um email de confirmação de envio. Como comprei também uns chocolates, esses vêm numa encomenda separada que demorará mais tempo, mas o peixe congelado é enviado por via aérea em fedex standard e chega quarta feira.
Fiquei curiosa e fui ao website ver mais pormenores sobre a empresa. Embora muitos dos produtos sejam originários do Alaska, são enviados a partir do estado de Washington e as sardinhas (ainda que enlatadas) são portuguesas! Vantagem comparativa para Portugal, mais uma vez num produto tradicional e de nível tecnológico baixo.
27 outubro, 2008
O Veto

Depois de voltas e reviravoltas, chegou o dia. O dia do veto. Cheira-me que se seguem novos episódios.
Parece que estou a ouvir #73

Bebel Gilberto
É melhor ser alegre que ser triste
É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
Senão não se faz um samba, não
Fazer samba não é contar piada
Quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração
Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não...
Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba não
Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração
Ele é negro demais no coração
26 outubro, 2008
Espantos #146

Coisas que não mudam #65

Etiquetas:
Coisas que não mudam
25 outubro, 2008
Palavras lidas # 60

Os cagarros são parecidos com as gaivotas, chegam aos Açores no início do Verão, para nidificar nas falésias e encostas das ilhas, e no Outono abalam para outras terras. Durante a noite, porque confundem as estrelas com as luzes das povoações, desorientam-se e emitem sons cómicos que divertem algumas pessoas e podem levar outras a agudas crises de insónia. Por vezes esbarram contra os postes de iluminação e aleijam-se; é para os socorrer nessas e noutras ocasiões que existe uma associação chamada S.O.S Cagarro.
(Pág. 23)
24 outubro, 2008
No Times de hoje #72

(...) I once worked as a telemarketer (...) I woke up people on the overnight shift who had just managed to fall asleep for the first time in six days. Sometimes, when there was clearly nobody at home, I would just let the phone ring and ring in order to avoid having to call anybody else. Once after about 30 rings, I heard the breathless voice of a man who had climbed down off the roof in hopes that this was the critical business call he had been waiting for all year, the one that was going to change his life forever. Imagine his joy when he discovered that it was, instead, an exciting opportunity to purchase an entire packet of portrait photographs of his loved ones at a special discount price. (...)
____________
____________

____________

Etiquetas:
Economics,
Imprensa-Press
Espantos #145
Dormir...
Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.
Tenho uma grande distração animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero.
Quero só Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.
Alberto Caeiro*
_____________
*O mesmo que dizia que era melhor não pensar...
Etiquetas:
Arte,
Poesia-Poetry
23 outubro, 2008
Memórias #27

Foi em Agosto de 1989 que ganhei aversão a vacinas, colheitas de sangue, e tudo o que fosse relacionado com seringas. Nunca fui piegas com dor (com 7 anos queimei-me num ferro de soldar sem dar por isso), mas um episódio desagradável pode às vezes ter consequências marcantes.
Naquele verão, com 12 anos, fui com a minha irmã ao centro de saúde apanhar duas vacinas em atraso, uma por via oral e outra com a tradicional seringa. Tudo correu bem, até olhei para a seringa e nem me fez impressão. Diga-se aliás que nunca até então me tinha feito impressão.
Ao saír do consultório a coisa complicou-se. Não sei se foi o barulho, se a luz intensa, se o calor, se a quantidade de pessoas lá fora, mas a verdade é que deixei de ver e perdi os sentidos. Diz a minha irmã, que a perda não deve ter sido total pois parece que apesar de ter caído ao chão, me tentei levantar várias vezes, embora sem sucesso. Claro que eu não me lembro de nada. O que me lembro, e bem, é de acordar novamente dentro do consultório, deitada numa marquesa, com uma enfermeira, que nada abona à nobre profissão, a acordar-me com violentos abanões e estaladas na cara, ao mesmo tempo que gritava "esta gente que tem problemas e não diz nada, vai lá para fora fazer figuras tristes e depois cá dentro ainda nos dá mais trabalho."
Desde então desenvolvi uma aversão a actividades relacionadas com seringas: vacinas só mesmo obrigada, se tiver mesmo de ser e é preciso ser empurrada; tirar sangue só a ferros; dentista até pode ser, mas sem anestesia se faz favor... como digo não é bem a dor que me faz impressão; e dar sangue (actividade que bastante admiro) não posso porque não tenho peso suficiente.
Já lá vão quase vinte anos que vivo assim. Dia antes de tirar sangue ou fazer vacinas é para esquecer... fico alterada. No próprio dia já não estou em mim. Depois do facto fico com uma dor inexplicável no braço, que até ter o movimento normal leva mais de uma semana. Certas alturas até já me aconteceu estar a ouvir uma conversa de outras pessoas acerca de operações, pontos, ou outras coisas parecidas, e ter de me sentar com a cabeça junto aos pés por sensação de desmaio. Não é nada bonito, mas que querem... é mais forte que eu.
Não é a dor da picada (que não dói), nem o medo da enfermeira (já não tenho 12 anos e felizmente, como aquela tonta não deve haver muitas)... o que é certo é que me dá uma sensação de desmaio tal e uma falta de ar que só podem ser psicológicos uma vez que nada têm a ver com a actividade em questão. E dar a volta à mente não é fácil.
Isto tudo a propósito da vacina da gripe que fui apanhar hoje. Pois! Eu HOJE fui, voluntariamente e pelo meu pé, apanhar uma vacina facultativa. É que nem caibo em mim!
Está bem, eu explico. Por aqui encoraja-se bastante esta vacina. A universidade coloca vários postos por todo o campus, de forma a facilitar a vida às pessoas que queiram ser vacinadas. Há sinais por todo o lado, recebem-se emails a toda a hora e terminam sempre com a frase "Take the time to take care of yourself." É um corrente tema de conversa, por exemplo, à hora de almoço:
- então vais ao seminário hoje à tarde?
- eh pá não posso, tenho de ir apanhar a vacina da gripe.
- ah sim? E onde é que vais?
- é ali ao pé do Buttrick hall.
É claro que eu não entro em tal tipo de conversa com pessoas que tomam a vacina da gripe há anos (porque os alunos andam sempre doentes, porque se lida com imensa gente diariamente que pode passar o virus, e porque se eu fico doente quem é que dá as minhas aulas, e o tempo que eu vou perder, etc)... não quero agora estar a explicar a história da minha vida. A verdade é que vai moendo. Ontem recebi mais um email acerca de novos locais e datas de administração da vacina. Neste então a cantilena era ainda mais premente:
Today and tomorrow, October 22 and 23, from 9:00 a.m. until 4:00 p.m. you can wander over to Buttrick Hall Terrace on on your way to teach or have lunch and get your free flu shot. (...) Please bring your --- ID and your personalized consent form. No personalized form…no problem. Come anyway. New to Flu Vaccine? Join the First Timers Club and get a prize.
Já nem os podia ouvir... é pior que buzina! E hoje pelas 11.30, deu-me um impulso que me levantei da cadeira fechei a porta e lá fui para o Butrick Hall... o pior é ter tempo para pensar no que vai acontecer, se for de impulso a coisa vai! Tinham uma tenda cá fora. Não havia fila. A senhora à entrada, muito simpática, pediu para eu preencher um papel com o nome, o departamento, a data de nascimento e se tinha alergia a ovos, ou se tinha doenças neurológicas. E pronto, dei o papel áquela senhora enfermeira que descarta a seringa. Enquanto puxava a manga para cima só lhe disse que não podia olhar, ao que ela respondeu com certeza! (sure hon). E pronto lá apanhei a dita da vacina enquanto respirava fundo. Colocou o algodão e o penso rápido e disse "you're all set hon." À saída da tenda estava um rapaz que me deu uma barra energética e me agradeceu ter vindo dizendo "thanks for taking the time to take care of yourself, have a great day!"
E pronto, correu tudo bem. A ver vamos se o problema ficou resolvido :)
22 outubro, 2008
Coisas que não mudam #64

Etiquetas:
Coisas que não mudam
19 outubro, 2008
Coisas que não mudam #63

- Go SOX... great game last night!
- Beautiful hat!!
Let's see what they do tomorrow :-)
Etiquetas:
Coisas que não mudam
18 outubro, 2008
17 outubro, 2008
Parece que estou a ouvir #72

Ney Matogrosso
Saí à toa nessa madrugada
Sem saber porquê
A noite daqui é tão linda e me faz me perder
Penso num belo horizonte em poder te ver
Sei que eu não tenho mais nada a perder
Meu carro que não quer mais andar
Essa noite que não quer mais terminar
Onde está você meu amor?
Eu preciso de um pouco de calor
Saí à toa nessa madrugada
Sem saber porquê
A noite daqui é tão linda e me faz me perder
Penso num belo horizonte em poder te ver
Sei que eu não tenho mais nada a perder
Se eu não tenho mais nada a perder
No meu peito eu tenho você
É nessa estrada que eu quero estar
Eu quero o dia, a noite e o mar e cantar
Meu carro que não quer mais andar
Essa noite que não quer mais terminar
Onde está você meu amor?
Eu preciso de um pouco de calor
_____________
esta noite "Inclassificáveis" no Centro Cultural de Angra do Heroísmo
16 outubro, 2008
Criatividade...

No Times de hoje #71

__________

15 outubro, 2008
Num país a fingir # 28


14 outubro, 2008
13 outubro, 2008
Palavras lidas #59

in S. Hook, 'The Hero in History,' repr. in R. H. Nash, ed. Ideas of History, II (New York, 1969), 311.
_________
I am just glad he was born, didn't die in his infancy, and produced great work... is that too simple?
Coisas que não mudam #61

Etiquetas:
Coisas que não mudam
Subscrever:
Mensagens (Atom)