21 dezembro, 2007

Memórias # 8


Lembro-me de vários. Anos a fio na mesma casa, à mesma mesa. A mesa que era de festa dia 24, que celebrava duas (três) vezes o natal, e que foi ficando mais pequena porque a família ía crescendo.
Lembro-me que cada vez as paredes nos ficavam mais próximas pois a mesa ía esticando esticando.
Lembro-me do frio, sempre muito.
Depois, depois mudámos de casa. A família ía-se "renovando": os novos tomando parte à mesa, da mesma forma que algumas cadeiras íam ficando vazias. E nestas datas de tudo isso me lembro.
O conteúdo dos embrulhos deixou de ser moeda de troca de informações entre miúdos que antecipavam as surpresas de uma noite que lhes (nos) parecia demasiado distante.
Lembro-me de muitos presentes, mas lembro-me de um em particular. Um muito grande, sem dúvida o maior da mesa. Era meu. E apesar de terem já passado provavelmente mais de dez anos, devo ter feito a expressão surpreendida de qualquer criança naquela situação. Era o meu retrato a carvão :)

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