04 fevereiro, 2007

"Desclarecimento" em campanha

Declaração de interesses: considero que há matérias que não são referendáveis, a lei penal é uma delas.

Mas, já que temos o referendo em curso e sabemos, antecipadamente, o efeito que esta matéria tem sobre as pessoas (basta pensar em 1998, que não foi assim há tanto tempo ), podia aproveitar-se o período que esta semana vivemos – de plena campanha eleitoral – para tentar esclarecer a população chamada a pronunciar-se dia 11.

Este devia ser um tempo para chamar os cidadãos às urnas mostando-lhes a importância que esta matéria reveste: quer social, quer ética, quer até economicamente; e clarificar as consequências do voto num e noutro sentido.

A cidadania exerce-se, é certo, mas compete ao poder politico e, neste caso também aos movimentos de cidadãos envolvidos neste acto eleitoral, esclarecer todos quantos exprimem uma opinião na próxima semana.

Mas não: é notória a falta de argumentos de uma e outra facção nesta campanha. Pasmo ao ver o tempo de antena que nos ocupa os televisores boa parte do final de tarde (e é bom lembrar que os tempos de antena são um período pago por todos nós). É impressionante.
Slogans como: “na minha barriga mando eu”; “desta é que vai ser”; “a mulher que aborta não é uma criminosa”; “vamos, de vez, entrar no séc. XXI”;
Ou: “sou pela vida”; “não ao aborto”; “obrigado mamã”; “a vida unida jamais será vencida”; não ajudam a esclarecer os cidadãos portugueses, tradicionalmente tão arredados dos actos eleitorais.

Qual é o objectivo? Repetir o resultado de 98?

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