27 junho, 2006

A administração central que resolva...

... é o mote que nos habituámos a ouvir em Portugal. Agora a propósito do Estádio do Algarve. Segue a transcrição integral do artigo da TSF:
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Faro e Loulé pedem ajuda para sustentar estádio

Faro e de Loulé querem que a Federação Portuguesa de Futebol ajude a rentabilizar o estádio do Algarve. Cada uma destas autarquias gasta cerca de 900 mil euros para manter o estádio, por isso pedem a intervenção da administração central para evitar o abandono da infra-estrutura.
( 19:54 / 26 de Junho 06 )

Sem equipas de futebol na Primeira Liga para ajudar a manutenção do estádio, aquela infra-estrutura «custa anualmente a cada um dos municípios, 80 mil euros, fora os custos de funcionamento», conta José Apolinário, autarca de Faro.
O presidente da câmara de Loulé, Seruca Emídio, recorda ainda que no parque das cidades, local onde está o estádio, as duas autarquias já cederam gratuitamente terrenos para muitas infra-estruturas públicas de que toda a região vai beneficiar.
«Nós já cedemos gratuitamente o terreno para o hospital central, para o laboratório de Saúde Pública, o terreno para o INEM, que são serviços regionais. Torna-se difícil estarem as duas autarquias a suportar todos estes custos», salienta o autarca.
Por isso, os dois autarcas consideram que a administração central tem de se envolver neste projecto, nomeadamente nas organizações desportivas. À Federação Portuguesa de Futebol, pedem que crie ali um centro de estágios.
E enquanto não há futebol, as duas câmaras organizam espectáculos para rentabilizar os estádios: a 28 de Julho um concerto dos Simple Minds, a 08 e 09 de Agosto o circo acrobático de Pequim.
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Não deixa de ser interessante que as autarquias de Faro e Loulé revelem a mentalidade de adolescente mimado incapaz de resolver os seus problemas... na altura do Euro 2004 eram as autarquias a ver quem dava mais para ter os estádios nos seus concelhos. Agora que já não conseguem dar conta do recado anda tudo "oh tio, oh tio" porque a federação é que tem de fazer um centro de estágios e a administração central tem de estar mais envolvida.

Se a pedinchice ao Estado acabasse e houvesse um esforço efectivo dos sujeitos (neste caso as autarquias) na resolução activa de situações deste género, extinguiam-se metade dos problemas do país!

Só quero ver se as receitas do concerto dos Simple Minds também vão ser parcialmente oferecidas ao Estado.

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