Ainda sobre a reconstrução de Varsóvia, ou neste caso, a falta dela. O Palácio de Saxon era um dos prédios mais emblemáticos de Varsóvia antes da Segunda Guerra Mundial, tendo sido originalmente a casa de uma família nobre no século XVII e depois comprado pelo rei da Polónia originário da provincia de Saxe já na viragem para o século XVIII. No século XIX o edifício viria a albergar o Lyceum de Varsóvia onde o pai de Frederick Chopin lecionava francês e vivia com a sua família nos terrenos adjacentes. Remodelado em 1842, depois da primeira grande guerra o palácio serviu de sede das Forças Armadas da Polónia e também albergou o túmulo do soldado desconhecido.
Na segunda guerra mundial o edifício foi totalmente destruído, como tantos outros, sobrando apenas três arcadas originais sob as quais ainda se encontra hoje o túmulo do soldado desconhecido permanentemente guardado por dois soldados na presença da chama eterna. Atrás das arcadas encontram-se os extensos jardins do palácio original e na frente a enorme Praça Pilsudski, vazia, como tantas outras ficaram desde 1945 à espera da reconstrução dos edifícios de outrora. Foi nesta ampla praça que João Paulo II celebrou missa para meio milhão de pessoas em 1979 na sua primeira viagem ao estrangeiro pouco depois de ter sido eleito papa em 1978.
Os planos de reconstrução do palácio existiram desde cedo, mas a falta de dinheiro e o esforço de reconstrução de outros edifícios e do centro histórico da cidade deixaram o plano à espera de melhores dias. Em 2006 escavaram-se as caves do edifício recuperando-se bastantes objectos. 2010 chegou a ser a data prevista para o fim da reconstrução do palácio que viria a albergar a câmara municipal de Varsóvia, mas a crise financeira exacerbou os problemas orçamentais da cidade que adiou indefinidamente a reconstrução do palácio.
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