20 julho, 2015

Parece que estou a ouvir #206

Ouvida recentemente em nova versão fado que não se encontra online, fica aqui por isso a versão ligeira original (e também a de fado de por Tristão da Silva). Vale o poema e a voz inconfundível de Tristão da Silva.
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Ai se os meus olhos falassem (fado)
Letra de Jerónimo Bragança, Música de Nóbrega e Sousa

Quanto mais quero esquecê-la, vejam lá
Tanto mais me lembro dela, por meu mal
Eu não sei viver sem ela, passo lá, rente á janela
Sem ver dela nem sinal

Se a encontro por acaso, como é bom
Mas passamos adiante, sem olhar
Por orgulho, quando passo, eu até apresso o passo
Mas depois volto a passar

Ai se os meus olhos falassem, contavam
Quantas saudades eu tenho de ti
Ando morto por te ver
Vejo-te só a correr
P'ra não ver que te perdi
Ai se os meus olhos falassem, amor
Sabias quem te quer bem
Ai se os meus olhos falassem
Talvez a ti te contassem
O que eu não conto a ninguém

Agora mudou de rua, vejam lá
Tem uma casa mais alta, que estadão
Agora nem parece ela, a rapariga singela
Que eu via no rés do chão

Mudou tanto, tanto, tanto, podem crer
Como do dia p'ra noite, tal e qual
Agora tudo o que resta dessa rapariga honesta
É este amor sempre igual

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