Num país onde o primeiro ministro mente acerca da legitimidade da sua licenciatura, não surpreende que outras pessoas em altos cargos também o façam. Este facto é já de si triste. O que me surpreendeu nesta notícia foram mesmo as declarações da pessoa em causa, um administrador dos CTT, que levantam o véu sobre o tipo de pessoas que temos em cargos chave:
"Devo referir que sempre estive convencido que o meu percurso académico com oito anos de frequência universitária e elevado número de cadeiras concluídas, em mais do que um plano de estudos curriculares, correspondesse a um curso superior à luz das equivalências automáticas do processo de Bolonha"
"Devo referir que sempre estive convencido que o meu percurso académico com oito anos de frequência universitária e elevado número de cadeiras concluídas, em mais do que um plano de estudos curriculares, correspondesse a um curso superior à luz das equivalências automáticas do processo de Bolonha"
Oito anos de frequência universitária... como se isso fosse um percurso louvável! Qualquer pessoa que tenha passado pelo ensino superior conhece bem esses pseudo-estudantes que demoravam 8 anos (e alguns mais) a fazer o curso. Eram os mesmos que passavam mais tempo no bar a beber cervejas e a jogar às cartas que nas aulas. Os mesmos que organizavam as festas de início, meio e fim de semestre. Os veteranos das tunas. Os mesmos que ano após ano se candidatavam nas listas para a associação de estudantes... verdadeiros profissionais da associação estudantil. Os mesmos que organizavam as manifestações do "Não Pagamos".
Com o descalabro de compadrios os jobs for the boys vão para esta gente que sempre provou incompetência e nulidade. Ainda nos admiramos do estado a que o país chegou?
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