A Sagres já está no Mar Mediterrâneo. A última paragem foi Alexandria e a próxima (e última) é Lisboa. A data prevista de chegada é agora dia 23 (sujeito a confirmação). Na última crónica, para além das aventuras no Egipto, relatam-se também as dificuldades acrescidas devido a uma tempestade na primeira metade do Mare Nostrum.
As imagens falam por si, mas segue um parágrafo da crónica do Comandante Pedro Proença Mendes:
"Nós por cá estávamos cansadíssimos por não conseguirmos repousar devido aos saltos e ao balanço do navio e ao esforço para estar de pé nestas condições. Nestas alturas só se conseguem fazer as tarefas básicas e fundamentais, o resto da energia é para "sobreviver". Ler ou trabalhar num computador rapidamente dão dor de cabeça, passa-se mais tempo deitado, isto para quem pode. Comemos um prego no pão e uma tigela de sopa ao almoço. Ao jantar já deu para comer à mesa uma sopa e carne estufada com arroz. Estes cozinheiros são uns heróis! A nossa prioridade era ir aguentando o navio na zona, o mais estável possível, e deixar a tempestade passar por nós, fazer uma capa seguida. Às 22:00 já o barómetro tinha subido 4 hpa, o que significa o afastamento da depressão mas o vento ainda estava nos 50 nós e o mar desfeito. As equipas do leme, agora constituídas por cinco homens, governavam com todo o leme a um e outro bordo - incansáveis num esforço sobre-humano para manter o mar na amura, debaixo de chuva, com um vento que dói e encarando um mar angustiante. Não é nada fácil a vida deste pessoal debaixo destas condições, revezam-se de 2 em 2 horas, chefiados pelo oficial de quarto que ali permanece 4 sofridas horas, sem o peso do leme nas mãos, mas com a grande responsabilidade de conduzir o navio de acordo com as ordens do comandante, não permitindo que se atrevesse ao mar ou vento, o que se torna mais complexo durante a noite ou quando não são coincidentes na direcção. De vez em quando passava-nos uma onda por cima e o poço, fazendo jus ao outro significado da palavra, enchia-se de água parecendo uma piscina, dando serventia às portas de mar que existem exactamente para escoar a água que entra pela borda."
"Nós por cá estávamos cansadíssimos por não conseguirmos repousar devido aos saltos e ao balanço do navio e ao esforço para estar de pé nestas condições. Nestas alturas só se conseguem fazer as tarefas básicas e fundamentais, o resto da energia é para "sobreviver". Ler ou trabalhar num computador rapidamente dão dor de cabeça, passa-se mais tempo deitado, isto para quem pode. Comemos um prego no pão e uma tigela de sopa ao almoço. Ao jantar já deu para comer à mesa uma sopa e carne estufada com arroz. Estes cozinheiros são uns heróis! A nossa prioridade era ir aguentando o navio na zona, o mais estável possível, e deixar a tempestade passar por nós, fazer uma capa seguida. Às 22:00 já o barómetro tinha subido 4 hpa, o que significa o afastamento da depressão mas o vento ainda estava nos 50 nós e o mar desfeito. As equipas do leme, agora constituídas por cinco homens, governavam com todo o leme a um e outro bordo - incansáveis num esforço sobre-humano para manter o mar na amura, debaixo de chuva, com um vento que dói e encarando um mar angustiante. Não é nada fácil a vida deste pessoal debaixo destas condições, revezam-se de 2 em 2 horas, chefiados pelo oficial de quarto que ali permanece 4 sofridas horas, sem o peso do leme nas mãos, mas com a grande responsabilidade de conduzir o navio de acordo com as ordens do comandante, não permitindo que se atrevesse ao mar ou vento, o que se torna mais complexo durante a noite ou quando não são coincidentes na direcção. De vez em quando passava-nos uma onda por cima e o poço, fazendo jus ao outro significado da palavra, enchia-se de água parecendo uma piscina, dando serventia às portas de mar que existem exactamente para escoar a água que entra pela borda."
Esta crónica foi publicada a 15 de Dezembro. Parece que havia ainda uma outra tempestade à espera da Sagres na segunda metade do Mar Mediterrâneo. É nos momentos difíceis que os grandes valores se revelam. Mais um esforço rapazes... cá vos esperamos! Bem hajam e que Deus vos proteja!
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