Ainda faltam 8 dias? Ainda.
É-me difícil, felizmente, imaginar como seriam estas vésperas há 35 anos atrás. Não tenho pena de não o saber.
Mas tenho muita pena de hoje serem o que são. Já passei alguns actos eleitorais e de ano para ano sinto um desvirtuar das campanhas e dos debates onde o esclarecimento dá lugar à intriga e ao insulto. As pessoas já não discutem nada, criticam, gozam e muitas defendem sem saber o quê e porquê.
As campanhas, pagas por todos nós, são passeatas mais ou menos populares onde o contacto com votantes e não votantes (ai tanto bebé lambuzado) mais não é que beijocada sacos de plástico e canetas. “No dia em que o rei fez anos houve arraial e foguetes no ar. O vinho correu à farta e a fanfarra não parou de tocar e o povo saiu à rua” mas não com a alegria que costumava ter. Não.
Em 2009 discute-se a licenciatura do primeiro-ministro, escutas, o encerramento de um telejornal, ao que tudo indica, por pressões políticas e a suspensão do TGV (quando há tempo).
Trocava? Não, não trocava. Mas queria muito melhor. Será que não merecemos?
Da vivência democrática dos últimos 35 anos eis-nos aqui: 15 forças políticas apresentam-se a sufrágio e a maior parte delas não conseguimos saber o que defende ou sequer pronunciar a sua sigla.
As entrevistas dos Gatos Fedorentos aos líderes partidários foram mais vistas do que os debates moderados por jornalistas profissionais. Demonstrativo, não? As pessoas preferem rir-se da política do que perceber o conteúdo das ideias, ou pelo menos saber se existem, de quem a representa.
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