Ingloriuos Basterds (2009) a nova "paródia" de Tarantino, desta vez a propósito da Segunda Guerra Mundial. A história está bem imaginada e ligada e tudo faz sentido ao mais ínfimo pormenor. Eu, no entanto, sou a única pessoa que conheço que não gosta do estilo de Tarantino (estou por isso haituada a ser voz dissonante em conversas de café) por isso este filme tem o mesmo sabor que os outros trabalhos do realizador: nada é credível. Foge a esta tendência apenas a primeira cena em que pensei poder vir a mudar de opinião acerca do realizador... ilusão. Nos primeiros 10-15 minutos do filme o espectador, apesar de sentado numa sala de cinema, é levado a acreditar que um idêntico cenário possa de facto ter acontecido, pelo que sem dar por isso se alinha psicologicamente com o terror sentido por algumas das personagens do ecrã... isto, para mim, é por definição um bom filme. O que sobra são mais de duas horas de monumentais piadas (que misturam o negro cenário da segunda guerra mundial, com o tacanho espírito da América profunda - sem esquecer o sotaque - o que poderá ter o seu mérito, mas não combina lá muito bem) ridicularizadas com um cru sentido de humor que não aprecio.
Segui o resto do filme, organizado em capítulos como outras obras primas da sétima arte, mas sem ligação com qualquer personagem particular, de tal forma que até as variadas cenas de violência gráfica, muito comuns em Tarantino, nem me impressionaram... não tinham para mim a mínima chance de serem reais, pelo que não chocaram. Não foi, apesar de tudo, uma perda completa. Posso não apreciar Tarantino em geral, mas há algo de particular que se distingue no trabalho deste realizador: as fenomenais bandas sonoras. Pulp Fiction (1994), filme e música ficaram para a história, provavelmente o mesmo irá acontecer com Inglorious Basterds... para mim, valem ambos apenas a música.
Sem comentários:
Enviar um comentário