Podia começar com a frase que caíu em graça "eu ainda sou do tempo", mas não. Felizmente já não sou desse tempo, do tempo em que havia "em cada esquina um amigo".
Digo eu que já não sou desse tempo, mas ultimamente tenho sido levada a duvidar daquilo que tenho por certo.
Senão vejamos: há 34 anos atrás (esse tempo de que não sou) a liberdade de expressão era um ideal longínquo, o direito de reunião uma miragem e o de manifestação uma heresia!!
Apesar de tal cenário hoje nos parecer irreal não passaram assim tantos anos; a nossa memória recente (bem, não a minha) não necessita de grande esforço para recordar as limitações daquilo que hoje consideramos à boca cheia "direitos fundamentais".
Vem este exercício a propósito da visita da Polícia de Segurança Pública, ONTEM, à delegação da Covilhã do Sindicato de Professores da Região Centro (SPRC) para apurar de eventuais protestos ou manifestações alertando ainda o sindicato para o uso de determinada linguagem menos própria visto que o Primeiro-Ministro iria hoje - numa das "acções de campanha" a que nos tem habituado o Governo ultimamente - desconhecendo-se se com crianças avençadas para o efeito, voltar à Escola Secundária Frei Heitor Pinto, naquela cidade.
Para cúmulo, instada sobre o assunto, diz a Governadora Civil de Castelo Branco que se trata de uma visita normal.
Resumindo: aquilo que pensei ter sido uma tentativa de intimidação de um sindicato, ou uma limitação ao direito de manifestação (que, apesar dos pesares, tem cobertura legal) é afinal, uma acção perfeitamente normal e configura um procedimento de rotina, diz a Sra. Governadora Civil.
09 outubro, 2007
Sem título # 1
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