29 abril, 2007
28 abril, 2007
Coisas que não mudam #11
Mas o propósito deste post é outro. Esta semana lembrei-me (no meio do nada) de como eu gostava de ouvir a música do hino da União Soviética em eventos desportivos, tipo Jogos Olímpicos, durante a minha infância. E fui à procura do hino online. Quando finalmente o encontrei foi um deleite... ouvi vezes sem conta. Só depois reparei que esta versão que encontrei era cantada, quando eu sempre ouvi o instrumental. Fui depois à procura da letra do hino... abençoado google!
Versão 1944
Great Russia has welded forever to stand.
Created in struggle by will of the people,
United and mighty, our Soviet land!
CHORUS:
Bulwark of peoples in brotherhood strong.
O Party of Lenin, the strength of the people,
To Communism's triumph lead us on!
Along the new path where great Lenin did lead.
To a righteous cause he raised up the peoples,
Inspired them to labour and valourous deed.
We see the future of our dear land.
And to her fluttering scarlet banner,
Selflessly true we always shall stand!
27 abril, 2007
Quando a Lei cala mas não consente
É vulgar ouvirmos dizer que temos regras demais, normas demais, códigos que mais parecem armas de arremesso de tão grandes e pesados que são. Enfim, leis a mais.
E se calhar temos.
Mas, no dizer de alguns, não são ainda suficientes.
Parece-me que a Lei não tem, nem pode, prever tudo. Normalmente, fácil verificar, avança mais lentamente que a realidade, vai atrás dela. Apesar disso, situações há, que a lei não pode, nem nunca conseguirá prever. Vimo-las em 2005 e continuamos a assistir a um triste espectáculo em horário nobre e a encher manchetes dos jornais, nos Paços do Concelho da capital do país.
A Lei não pode, sob pena de coartar direitos fundamentais a qualquer pessoa, impedi-la de ingressar listas eleitorais para o exercício de quaisquer funções políticas, caso sobre ela recaiam suspeitas da prática de um qualquer crime. Como também não pode prever a suspensão obrigatória do mandato em que aquela está investida, ou mesmo a sua perda, quando tais suspeitas sejam conhecidas em momento posterior à eleição.
E não pode porque a suspeição não é uma confissão da prática do crime; porque os indícios não são factos.
E porque os Tribunais ainda são Tribunais, e porque mesmo a sua convicção escrita pode passar pelo crivo do recurso, a Justiça ainda não é, e não pode ser, feita pela televisão e pelos jornais, na televisão e nos jornais.
Situações como esta, esta e infelizmente muitas mais, não se resolvem com a alteração da lei.
A consciência não é concretizada numa norma. É, mais uma vez, o imperativo ético que tem de prevalecer a bem da democracia e da credibilidade das instituições.
26 abril, 2007
Espantos #30
National Geographic - PORTUGAL - Abril 2007
25 abril, 2007
Memórias # 2
dizem-me.
Era primavera como hoje, um dia útil, como hoje (seria) e o povo não ordenava. O tempo em que a cantiga era uma arma, dizem-me, em que as portas fechadas eram muitas e os becos não tinham saída. Havia um lápis azul que riscava, riscava muito, dizem-me, e “em cada esquina um amigo”.
No tempo em que o que se calava era mais do que o que se dizia, em que não se vinha “para a rua gritar”, dizem-me. Em que as mães de mantilha choravam “ai Deus mo deu, ai Deus mo levou” e levou muitos, dizem-me, no tempo em que a guerra lá longe, mas nossa, fez madrinhas e demasiados regressos à última morada, dizem-me, e o vento nada dizia.
Mas lá se ia “cantando e rindo” com a força que se aclamava, ou sem ela, para onde se dizia ser importante ir, sem que os gritos viessem à rua. “Levados, levados sim pela voz de som tremendo” e temendo, temendo sempre, dizem-me.
Nesse dia a “manhã clara” chegou “depois do adeus”, dizem-me, e foi “mensageira da madrugada”. Vieram cinco e “mais cinco de uma assentada” com “asas de vento e coração de mar”, dizem-me, e as notícias do meu país, que o vento calava e o lápis riscava, chegaram longe e trouxeram quem tão longe estava e abriram as portas fechadas, porque a vontade era “maior que o pensamento” de criar “cidades sem muros nem ameias” dizem-me.
Hoje, 33 anos passados, não precisam já dizer-me, é feriado e “eles comem tudo”. O lápis já não é azul, não risca, mas incomoda, pressiona, aponta. Há becos onde nem os amigos param à esquina, há portas fechadas para esconder “putos” que cosem sapatos, homens que constroem para os seus senhores “vampiros”.
“Gente igual por dentro, gente igual por fora” que não singra, porque não tem cartão, e os que eram diferentes e agora são iguais porque “o que faz falta é animar a malta”.
E diz o inteligente que acabaram as canções ...
Porque quem a tem "chama-lhe sua"
Liberdade
Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa
Palavras lidas #21
24 abril, 2007
22 abril, 2007
19 abril, 2007
No Times de hoje # 31
Professor Librescu never moved from the door of Room 204 in Norris Hall at Virginia Tech, witnesses said, even as the gunman, Cho Seung-Hui, was shooting. Directing his students to escape through windows, Professor Librescu was fatally shot. (...)"
17 abril, 2007
Cultura
16 abril, 2007
15 abril, 2007
Milão em pedaços
Programa de Abril no Alla Scala... para quem estiver interessado
calor para gelado.
cafés simpáticos, com lustres e assim...
flores, flores, flores...
o segundo gelado, meia hora depois... dificil resistir com tamanha montra e tamanha simpatia ;)
muitas muitas vespas
14 abril, 2007
Numa sala perto de mim # 25
[after learning Mickey is infertile]
Hannah: Could you have ruined yourself somehow?
Mickey: How could I ruin myself?
Hannah: I don't know. Excessive masturbation?
Mickey: You gonna start knockin' my hobbies?
Hannah and her sisters
12 abril, 2007
Do lado esquerdo da vida,
Despediu-se hoje, da cadeira parlamentar, com um
"até amanhã camaradas" e
"enquanto houver estrada para andar EU vou continuar"...
11 abril, 2007
Dão-se alvíssaras
10 abril, 2007
Num país a fingir #12
É incrível, de facto! Pareceu-me no início especulação jornalística, confesso, o facto de se andar a discutir se o agora Primeiro-Ministro é, ou não, licenciado.
Pensei, pois pensei, que não passaria de um furo jornalístico que faria correr pouca tinta porque em breve tudo seria devidamente esclarecido. Pareceu-me uma questão menor o facto de o estudante José Sócrates não ser visto, com frequência, na Universidade durante o período em que durou a sua licenciatura. Não é caso raro, muitos estudantes universitários "faltam assiduamente" às aulas que constam dos horarios.
Normal já não é o diploma de licenciatura ser emitido ao domingo, mas também isso me parece explicável. Mas os factos e os documentos começaram a surgir e tudo parece já um encontro de demasiadas coincidências para ser credível. Ontem, o Ministro da Ciência e Ensino Superior reiterou que o agora Primeiro-Ministro terminou o seu curso de forma exemplar (esperemos que assim seja e que tudo se esclareça).
Mas hoje aparece o que parece ainda não ser o fim da história. Afinal, ainda antes de o ser (se é que o é), já era designado enquanto tal: Engenheiro.
Parece um país a fingir, não parece? Mas ainda não é tudo: hoje ainda, em nota do Gabinete do Primeiro-Ministro, pode ler-se que sim, é verdade que em 1993 o estudante José Sócrates, então Deputado da Nação, era dado como Engenheiro, sem o ser ainda MAS, e pasme-se, isso constitui um lapso ao qual o Primeiro-Ministro é completamente alheio.
09 abril, 2007
Cenários & ambientes
Ocasião 1 - frente à torre eiffel
Ocasião 3 - frente à ponte Saint-Michel (a ver a Notre-Dame)
one out of three ain't that bad...
Parece que estou a ouvir # 19
Valse à mille temps
Au premier temps de la valse
Toute seule tu souris déjà
Au premier temps de la valse
Je suis seul mais je t'aperçois
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Me murmure murmure tout bas
{refrain:}
Une valse à trois temps
Qui s'offre encore le temps
Qui s'offre encore le temps
De s'offrir des détours
Du côté de l'amour
Comme c'est charmant
Une valse à quatre temps
C'est beaucoup moins dansant
C'est beaucoup moins dansant
Mais tout aussi charmant
Qu'une valse à trois temps
Une valse à quatre temps
Une valse à vingt ans
C'est beaucoup plus troublant
C'est beaucoup plus troublant
Mais beaucoup plus charmant
Qu'une valse à trois temps
Une valse à vingt ans
Une valse à cent temps
Une valse à cent ans
Une valse ça s'entend
A chaque carrefour
Dans Paris que l'amour
Rafraîchit au printemps
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Une valse a mis le temps
De patienter vingt ans
Pour que tu aies vingt ans
Et pour que j'aie vingt ans
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Offre seule aux amants
Trois cent trente-trois fois le temps
De bâtir un roman
Au deuxième temps de la valse
On est deux tu es dans mes bras
Au deuxième temps de la valse
Nous comptons tous les deux une deux trois
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Nous fredonne fredonne déjà
{refrain}
Au troisième temps de la valse
Nous valsons enfin tous les trois
Au troisième temps de la valse
Il y a toi y a l'amour et y a moi
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Laisse enfin éclater sa joie.
(Paroles et Musique: Jacques Brel 1959)