Não acontece todos os dias o New York Times trazer dois artigos sobre África. São bem diferentes.O primeiro sobre Zimbabwe e o seu Mugabe cuja espiral de loucura atenta os limites do absurdo. Poupo aqui a descrição do que o ditador decide fazer com quem lhe faz frente e limito-me a transcrever a degradante e aflitiva situação em que o país se encontra: a hiperinflação faz com que a moeda do país não tenha grande valor e neste momento há escassez de leite, petróleo e gasolina. Menos de 1 em 4 pessoas têm emprego e a esperança média de vida desceu de pouco menos de 60 anos em 1990 para cerca de metade.
É difícil imaginar cenário pior... e Mugabe continua a tapar o sol com a peneira e a empurrar as culpas para o exterior (os brancos EUA e Reino Unido)... será talvez altura de os países Africanos se revoltarem com a situação naquele país?
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O outro artigo é sobre Angola, apresentada como o novo membro da OPEP e aquele em que as exportações do ouro negro mais crescem, esperando-se que para o ano atinja os níveis de produção do Koweit. São milhões a serem injectados naquele país pelos vários gigantes petrolíferos mundiais (Exxon Mobil, Chevron e BP entre outros), que descobriram que Angola é talvez o único país do mundo com reservas intactas. Vamos ver se tanto dinheiro é canalizado para o desenvolvimento do país e a melhoria das condições de vida da população, ou se vamos assistir à criação de um novo Zimbabwe. Ficam alguns excertos."In the capital, Luanda, hotel rooms cost more than $200 a night and are booked two months in advance by the oil companies; three times a week, nonstop charter flights known as the Houston Express ferry workers to and from Texas; offshore, dozens of oil fields have been discovered and given names like Cola and Canela." (...)
"The nation’s contradictions are glaring. Angola earned more than $30 billion last year from its petroleum exports. But according to a recent World Bank report, 70 percent of the population lives on the equivalent of less than $2 a day, the majority lack access to basic health care, and about one in four children die before their fifth birthday."
"President José Eduardo dos Santos has shown little interest in improving transparency of oil accounts. Last month, his government arrested a prominent British transparency campaigner, Sarah Wykes of Global Witness, who was visiting the northern oil region of Cabinda. Ms. Wykes, who has lobbied producers to publish their oil accounts, was jailed for three days and accused of being a spy. [She returned to Britain on Monday after the authorities allowed her to leave the country, Global Witness said.]"
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