18 janeiro, 2017

Sem título #86

A distância permite-nos relativizar o choque, as paixões, as angústias e pôr em perspectiva os factos e os sentimentos. É verdade. Por isso talvez ainda não tenha passado o tempo suficiente.
Não passou, porque apesar de ser uma paz doce a que sinto, ainda desato a chorar em certas alturas só de pensar que era ali que devíamos estar juntos e que me falta um espectador atento e sensato. Esse bom senso que nasce connosco e que não se aprende na escola, nem se herda.
Esta paz doce que me acompanha (acompanhar é o termo) e que preenche uma ausência recente, que o tal tempo me vai ajudando a encarar com mais naturalidade, de vez em quando cede e deixa espaço a uma dor que não tem comprimido ou xarope que alivie.
O dia 15 passou, o Belenenses ganhou, o mundo vai girando sem tréguas nem compaixão mas, como já sabia, por muitas saudades que tenha não as mato Pai.

1 comentário:

Atlantico Ocidental disse...

Sim, a distância acalma mas não apaga. De qualquer forma, és prova viva de que se herda o bom senso :-)