13 janeiro, 2016

Coisas que não mudam #341

Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, Coimbra

A vida do Mosteiro ficou marcada, ao longo dos séculos, por sucessivos alagamentos provocados pelas cheias do Mondego, o primeiro dos quais já em 1331, um ano após a consagração do templo, que anunciou uma difícil convivência com as águas. A solução encontrada ao longo dos séculos foi o sucessivo alteamento do piso térreo até que, no século XVII as religiosas se viram forçadas a construir um piso superior ao longo do templo e a desocupar o inferior, o que sucedeu igualmente nas demais dependências do Mosteiro. No entanto, a deterioração das condições de habitabilidade levaram à construção, por iniciativa de D. João IV de Portugal, de um novo edifício no vizinho Monte da Esperança - o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova.


Abandonado definitivamente pela comunidade de religiosas em 1677, o antigo mosteiro passou a ser conhecido como Santa Clara-a-Velha. (fonte Wikipedia)

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Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, Coimbra, Janeiro 2016
“Por agora, não podemos fazer mais nada senão esperar”, lamenta. “É a força da natureza – quando chove muito, a Aguieira enche e, a dada altura, tem de abrir as comportas. Mas seria bom que fôssemos avisados. Temos os motores e a barreira [uma protecção que faz parte do projecto de valorização do monumento, da autoria do arquitecto Alexandre Alves Costa] para proteger o mosteiro do rio, mas às vezes não chega.” Os “motores” a que se refere são quatro bombas que devem funcionar 24 horas por dia, 365 dias por ano, para retirar água do edifício. Só que esta segunda-feira, para piorar a situação – mesmo em condições normais, os motores provavelmente não teriam capacidade para escoar tal volume de água, explica –, faltou a electricidade e as bombas deixaram de funcionar.


Celeste Amaro, que esteve todo o dia de segunda-feira em reuniões em Lisboa, ainda não tinha ido ao convento, mas esteve em contacto permanente com a sua equipa. “Todo o mosteiro está transformado num lamaçal (...)" 

Objecto de escavações desde meados da década de 1990, Santa Clara-a-Velha foi alvo de amplas intervenções de conservação e restauro que terão custado aos cofres públicos mais de 15 milhões de euros. Por trás da morosidade e do elevado custo dos trabalhos neste edifício gótico estiveram, precisamente, as difíceis condições técnicas ditadas pelas inundações frequentes.

Desde que reabriu, em 2009, pondo fim a um projecto de valorização que começara cinco anos antes, o monumento tem conhecido um acréscimo de público. Em 2015, foi visitado por mais de 61 mil pessoas, o número mais elevado de sempre. (fonte Público)

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