07 outubro, 2015

Coisas que não mudam #332

Depois do post das Idanhas (tendo a Velha sido a romana Egitânia), interessei-me pelos nomes romanos das actuais localidades portuguesas, ou pelo menos as que existiam ao tempo romano. Alguns topónimos são óbvios ou por demais conhecidos:

Bracara Augusta 
Ebora
Lameco
Olisipo

outros nem tanto, mas dão a entender no nome da actual da localidade por serem ainda as palavras pelas quais se tratam os seus habitantes:

Escálabis, de onde vem o escalabitano de Santarém
Aqua Flaviae, derivando daí o flaviense de Chaves

já outros topónimos romanos nada a ver com o nome actual

Ossónoba, viria a ser Faro
Emínio, Coimbra
Ipses, Alvor
Pax Julia, Beja.

Como os árabes chegaram à Península Ibérica depois dos romanos, lembrei-me de procurar o correspondente topónimo árabe que explica muita coisa

Al-Farun
al-Qulumriyya
Albur
al-Bajah.

Há também topónimos árabes que não enganam ninguém, especialmente se o nome actual começa com as letras AL, mais expressivos no sul:

al-Buhera
al-Qantara
al-Qubasha
al-Gharb
al-Mudawwar
al-Balat
al-Birka
al-Bash.

Depois há aqueles que reverteram para próximo do topónimo romano depois de passarem pelo árabe:

Portus Hannibalis - Burj Munt, para Portimão
Lacóbriga - al-Zawiya, para Lagos

Topónimos romanos e árabes semelhantes também os há, mas não são muitos:

Porto Cale - Burtuqal, para Porto
Mirtilis - al-Martulah, para Mértola
Alcoutínio - Alcoutinium, para Alcoutim

Algumas coisas mudam... outras não.

Sem comentários: