14 julho, 2013

Marcante

Foi promulgada na semana passada uma alteração à lei da nacionalidade aprovada no passado dia 12 de Abril, que permite a garantia de cidadania aos descendentes dos judeus que fugiram de Portugal no século XVI aquando da inquisição. Passados 500 anos, os judeus sefarditas (originários da Península Ibérica) dispersaram-se ao longo do Norte de África, do antigo Império Otomano, e também do continente americano, tendo ainda uma comunidade significativa na Holanda. Esta última quase não sobreviveu à segunda grande guerra, mas, tal como as outras, mantém vivas as tradições portuguesas talvez até com mais afinco que os cidadãos nacionais residentes em Portugal que as tomam por garantidas.

Apesar de não falar a nossa língua este ramo do povo hebraico, forçadamente nómada ao longo da sua história, não procura apagar o passado mas deseja seguir em frente fechando uma página negra da história que viveram. Dos que foram impedidos de fugir e forçadamente se converteram, pouco ou nada resta de raízes judaicas. Alguns perguntam-se se serão descendentes desses outros infelizes, mas o que lá vai lá vai distante e o trabalho que dá investigar não merece a pena. E temos este país uniformemente católico, voluntariamente ou não. 

De tristezas não reza a história. Temos ao menos instituições que reconhecem erros passados e uma crise actual que ajuda a esta lavagem de cara. Seja.
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Fonte em português e em inglês.

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