27 agosto, 2011

Foi neste dia #150 (1944)


Há pessoas que ficam na história pelo seu infeliz percurso numa vida breve que até determinada altura parecia promissora. Impressionou-me a história da Princesa Mafalda de Sabóia que faleceu na madrugada deste dia há 67 anos.

Segunda filha do último rei de Itália, Mafalda nasceu em Roma a 2 de Novembro de 1902 e a sua vida não foi um conto de princesas. Durante a primeira guerra mundial presenciou os devastadores efeitos humanos do conflito quanto visitou com a mãe hospitais militares italianos. Em 1925 casou com Filipe de Hesse-Cassel membro do movimento nazi alemão, que ficou em posição privilegiada de diálogo entre os governos fascista italiano e nazi alemão. Durante a segunda grande guerra era vista por Hitler como conspiradora contra os alemães. No início de Setembro de 1943 deslocou-se à Bulgária para um funeral e lá foi informada da rendição da Itália às forças aliadas, mas também de que o marido se encontrava em prisão domiciliária na Baviera e que os seus filhos tinham sido levados para o Vaticano que lhes tinha oferecido santuário. Mafalda foi presa pela Gestapo em 23 de Setembro e alegadamente usada como refém para continuar a garantir o apoio do seu pai à Alemanha na guerra ainda vigente. Foi depois levada para Munique para interrogatório, mais tarde para Berlim e finalmente para o campo de concentração de Buchenwald na Alemanha. Acabou por falecer a 27 de Agosto de 1944, com 41 anos, três dias depois de um bombardeamento aliado a uma fábrica de munições localizada dentro do campo de concentração onde ficou gravemente ferida.

Também infeliz, foi o fim trágico do luxuoso transatlântico italiano com o seu nome inaugurado em 1908. O Principessa Mafalda naufragou em 1927, ao largo da Bahia, na sua nonagésima viagem que ligaria Génova a Buenos Aires. Morreram 382 das 1,255 pessoas a bordo.

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