Ainda sobre as noções de felicidade. Hoje vem mais um artigo no New York Times, desta vez a propósito da resposta da felicidade humana aquando de um cenário de crise generalizada. Mencionam-se vários estudos académicos de psicólogos e de economistas que descobriram que a felicidade humana está mais associada à posição relativa ocupada na sociedade que ao valor absoluto dos pertences de cada um. Fica-se mais infeliz quando se perde o emprego individualmente do que quando toda a gente o perde.
Tenho alguma dificuldade em interpretar este resultado: não sei se se trata de uma questão de conforto generalizado (na desgraça é que nos unimos), ou de despeito partilhado (eu não estou bem, mas tu também não). Lembro-me do exemplo clássico da economia comportamental - behavioral economics - que nunca me convenceu na totalidade: suponhamos que existem duas casas exactamente iguais iguais lado a lado, em que os proprietários têm características idênticas (por exemplo, tamanho do agregado familiar ou rendimento mensal); o grau de satisfação de um proprietário diminui consideravelmente quando o outro pinta a sua casa. Ou daquela outra experiência (o jogo do ultimato) de um pai que tem uma verba para distribuir entre dois filhos e que só pode ser distribuida com acordo entre as partes. Por exemplo, 50-50, 70-30, ou 1-99. Na grande maioria das vezes o acordo 1-99 não é aceite, mesmo sabendo que 1 é melhor que zero e que se não houver acordo o pagamento final é 0-0. Eu percebo o raciocínio que leva ao não acordo, mas como mexe com conceitos subjectivos de justiça e de igualdade é-me difícil entendê-lo na totalidade.
Enfim, talvez este tipo de comportamento seja responsável pelo estado de "não infelicidade" que se vive actualmente, embora a crise já aí esteja.
Tenho alguma dificuldade em interpretar este resultado: não sei se se trata de uma questão de conforto generalizado (na desgraça é que nos unimos), ou de despeito partilhado (eu não estou bem, mas tu também não). Lembro-me do exemplo clássico da economia comportamental - behavioral economics - que nunca me convenceu na totalidade: suponhamos que existem duas casas exactamente iguais iguais lado a lado, em que os proprietários têm características idênticas (por exemplo, tamanho do agregado familiar ou rendimento mensal); o grau de satisfação de um proprietário diminui consideravelmente quando o outro pinta a sua casa. Ou daquela outra experiência (o jogo do ultimato) de um pai que tem uma verba para distribuir entre dois filhos e que só pode ser distribuida com acordo entre as partes. Por exemplo, 50-50, 70-30, ou 1-99. Na grande maioria das vezes o acordo 1-99 não é aceite, mesmo sabendo que 1 é melhor que zero e que se não houver acordo o pagamento final é 0-0. Eu percebo o raciocínio que leva ao não acordo, mas como mexe com conceitos subjectivos de justiça e de igualdade é-me difícil entendê-lo na totalidade.
Enfim, talvez este tipo de comportamento seja responsável pelo estado de "não infelicidade" que se vive actualmente, embora a crise já aí esteja.
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