Esta manhã, por acaso, olhei para a capa do Financial Times. A intenção de apenas passar os olhos pelos títulos, depressa caíu por terra quando vi uma cara familiar na metade inferior da capa do jornal. Era uma pequena foto do primeiro ministro. O título da notícia referia-se às reformas da segurança social. O artigo completo nas páginas interiores mencionava apenas as medidas que dizem respeito às contribuições das familias que irão diminuir a partir do terceiro filho e aumentar para familias com menos de dois filhos.
Vieram-me à cabeça dois outros exemplos de situações demográficas que chamam a intervenção das autoridades políticas em dois outros países:
1. Rússia - No discurso do estado da nação do passado dia 10, Vladimir Putin afirmou que a crise demográfica é o maior problema que o país enfrenta neste momento. Não é a economia, não é a máfia, não é a situação política de certas províncias que alarma o presidente num país que assiste a um declínio anual de 700,000 pessoas. As medidas sugeridas foram os tradicionais subsídios por cada criança adicional.
2. China - Eu sabia da política do filho único, mas desconhecia que ainda estava em vigor. De facto desconhecia muita coisa: que começou em 1979, que permite que um casal tenha 2 filhos no caso de o primeiro ser menina, que nesse caso o intervalo entre crianças deverá ser superior a 3 ou 4 anos e que crianças adicionais resultam em multas, não podendo estas crianças frequentar escolas públicas (ou podendo fazê-lo apenas por meio de um pagamento adicional).
Conforme o país e o seu problema demográfico, assim se desenha a política correspondente... a ironia é que uma mesma realidade crie problemas opostos.
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