Exemplo de 1972 na arte de escrever/cantar o que não se podia dizer
Raul Solnado
Português, ó malmequer
Em que terra foste semeado?
Português, ó malmequer
Cada vez andas mais desfolhado
Malmequer és branco, branco
Que outra cor querem que escolhas
Se te querem ver bonito
Por que te arrancam as folhas?
Por muito humilde que sejas
Malmequer, ó meu amigo
Lá vem o dia da espiga
Que tens honras de trigo
Malmequer ou bem-me-quer
És a flor mais destroçada
Uns com muito, outros com pouco
E a maioria, sem nada
És uma flor sempre povo
Vem do povo a tua força
Estás bem agarrado à terra
Não há vento que te torça
Malmequer tens pouca cor
Mesmo assim és um valente
Antеs ser dez réis de flor
Do quе ser dez réis de gente
És branco da cor da paz
Mas seja lá por que for
Há p'raí uns malmequeres
Que andam a mudar de cor!
Regam-te a seiva com esperança
Mesmo assim não és feliz
Há muitas ervas daninhas
Que te atacam a raíz
Malmequer se fores regado
Num dia de muito sol
Cresce, cresce, cresce, cresce
Até seres um girassol!
Português, ó malmequer
Em que terra foste semeado?
Português, ó malmequer
Cada vez andas mais desfolhado
Malmequer és branco, branco
Que outra cor querem que escolhas
Se te querem ver bonito
Por que te arrancam as folhas?
Por muito humilde que sejas
Malmequer, ó meu amigo
Lá vem o dia da espiga
Que tens honras de trigo
Malmequer ou bem-me-quer
És a flor mais destroçada
Uns com muito, outros com pouco
E a maioria, sem nada
És uma flor sempre povo
Vem do povo a tua força
Estás bem agarrado à terra
Não há vento que te torça
Malmequer tens pouca cor
Mesmo assim és um valente
Antеs ser dez réis de flor
Do quе ser dez réis de gente
És branco da cor da paz
Mas seja lá por que for
Há p'raí uns malmequeres
Que andam a mudar de cor!
Regam-te a seiva com esperança
Mesmo assim não és feliz
Há muitas ervas daninhas
Que te atacam a raíz
Malmequer se fores regado
Num dia de muito sol
Cresce, cresce, cresce, cresce
Até seres um girassol!
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