31 julho, 2019

Coisas que não mudam #511

Gerações... coisas que mudam muito lentamente. Quem já não viu artigos que falam da Geração Milénio, constituída por aqueles que chegaram à maioridade por volta do ano 2000. Há agora artigos que falam da Geração Z, aqueles que nasceram já no novo milénio e que estão agora a chegar à idade adulta. Fui por isso ver como se caracterizou a minha geração (logo antes dos millenials) e as anteriores. Esta classificação geracional parece  ser coisa do século XX (pelo menos não vi nada acerca de gerações anteriores) e de origem americana. Com o fenómeno da globalização a cimentar-se ao longo do século XX é natural que as primeiras gerações pouco nos digam, mas que as últimas talvez sejam mais reconhecíveis até no nosso contexto. Segue então a lista com a inevitável sobreposição de datas:

- Geração Perdida: pessoas que nasceram entre inícios da década de 80 do século XIX e o virar do século. Esta geração viveu a Primeira Guerra Mundial, os loucos anos 20 e a Grande Depressão. Conhecida por perdida pela falta de direcção devido a tantos eventos marcantes que firmaram um clima de incerteza.

- Geração Grandiosa: refere-se aos nascidos entre o princípio do século XX e meados dos anos 20. Estes indivíduos cresceram durante a Grande Depressão nos anos 30 e participaram largamente na Segunda Guerra Mundial, gozando depois da fase de franco crescimento económico que se seguiu.

- Geração Silenciosa: nascidos entre meados ou tardios anos 20 até meados dos anos 40. Era uma geração mais pequena que a anterior devido às incertezas financeiras da época em que nasceram. Estes indivíduos, que já não participaram na grande guerra, ficaram conhecidos como trabalhadores mas pouco activistas (certamente em comparação com a geração seguinte) numa época em que isso poderia trazer problemas. Vem daqui o termo maioria silenciosa.

- Geração Baby Boom: nascidos entre 1945 e 1964 quando o mundo ocidental registou um forte aumento da natalidade. Esta foi a primeira geração a crescer com televisão e em clima de prosperidade com subsídios governamentais para habitação e educação enquadrados no estabelecido estado social que os protegeria. Foram os primeiros a beneficiar de comida e roupa em abundância, programas de reforma, mas também a sofrer de "crises de meia idade" e críticas de consumismo.

- Geração X: nascidos entre princípios-meados dos anos 60 e finais dos anos 70, estes indivíduos cresceram em pleno periodo de alteração de valores sociais e culturais com o aumento da taxa de divórcios e da participação das mulheres na força de trabalho, mas também a proliferação de infantários e creches. Estes factores resultaram em menor supervisão parental quando comparada com gerações anteriores. Na adolescência estes indivíduos foram a geração da MTV e do crack. Politicamente foi a última geração a crescer durante o comunismo e o apartheid. Nos Estados Unidos foi a primeira geração a usufruir de uma escola pública não segregada.

- Geração Y (millenials): nascidos entre inícios dos anos 80 e o virar do século, cresceram já na Idade da Informação com computadores em casa, mas não necessariamente com internet. Esta é a primeira geração a usar em força a tecnologia digital e as redes sociais. Esta geração é também conhecida por viver até mais tarde com os pais, casar mais tarde, mas também por ser mais progressista relativamente a assuntos ambientais, sociais e animais.

- Geração Z (nome ainda por definir): são indivíduos que estão agora a chegar à idade adulta, já cresceram com internet em casa e não têm memória do 11 de Setembro mas sempre conheceram um clima de terrorismo latente (sempre viram os Estados Unidos como um país em guerra). Estudos recentes (e não necessariamente estabelecidos) revelam uma geração competitiva, obcecada com exames, deprimida e insegura correndo menos riscos que qualquer outra (bebe menos, usa menos drogas, tem menos incidência de gravidez na adolescência). Parece também ser uma geração mais conservadora que a imediatamente anterior.

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