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Dia 1 e 2 de Novembro são dias de celebração e memória, de Todos os Santos e Fiéis Defuntos. Este ano, as festividades da Igreja tocam mais perto. Na Catedral da Incarnação em Nashville a homilia de hoje centrou-se nos santos sem nome. Para começar o padre foi buscar um cálice a uma mesa lateral e colocou-o sobre o altar ao mesmo tempo que falava sobre Margaret McDonald Murray nascida em Nashville em 1880 numa familia irlandesa que tinha vindo para Nashville a partir de Brooklyn. Disse ainda o local onde nasceu (por nome de rua que, quem vive em Nashville reconhecerá) e a morada para onde se mudou depois de casar e onde veio a morrer de escarlatina com 29 anos depois de ter tido dois filhos. Após a morte de Margaret, o seu marido fez uma doação para aquela que viria a ser a Catedral da Incarnação na forma do cálice que estava hoje sobre o altar. O padre convidou a comunidade a pensar em todos os olhos que já tinham visto aquele cálice desde 1909 e todas as pessoas que tinham tocado nele (maioritariamente padres, mas também membros da comunidade que por ele tomaram o vinho santo)... como Margaret, a grande maioria já tinha partido. Boas pessoas que viveram vidas honestas mas que como tantos, ficaram anónimos na história. Não nos entristeçamos; mesmo que por cá já ninguém se lembre deles, Deus, que de todos cuida, sabe o nome de cada um.
Antes de dar a missa por terminada o padre convidou a comunidade para subir ao altar depois de terminada a celebração para ver e tocar o cálice que deixou sobre o altar. No pé do cálice pode ler-se a gravação:
Em memória de Margaret McDonald Murray, 1880-1909
The 1st and the 2nd of November are days of celebration and memory, for All Saints and All Souls. This year the Church festivities ring close. At the Cathedral of the Incarnation in Nashville, today's homily focused on the saints with no name. To start, the priest picked up a chalice from a side table and placed it at the altar while he talked about Margaret McDonald Murray born in Nashville in 1880 to an Irish family that had relocated here from Brooklyn. He also named her place of birth (by street name, that anyone living in Nashville would recognize) and the address where she moved to after she married, and where she died of scarlet fever at age 29 after having two children. After Margaret's death, her husband made a donation to the future Cathedral of the Incarnation in the form of the chalice that was standing in full view over the altar today. The priest invited the community to think of all the eyes that beheld that same chalice since 1909, or the hands that touched it (in this case mostly priests, but also members of the community who drank the holy wine from it)... like Margaret, the vast majority had already passed away. Good people that lived honest lives but that, as so many others, remained anonymous in history. Let us not get saddened; even if down here no one remembers them anymore, God, who cares for all, knows each one by their name.
Before finishing the mass, the priest invited the community to come up to the altar after the mass was ended and look at and touch the chalice that remained at the altar. At the base one can read the engraving:
In memory of Margaret McDonald Murray, 1880-1909
1 comentário:
Permanecem as coisas, com os olhares que repousaram sobre elas. Os olhares dos anónimos.
Que nos reconforte a ideia de também nós as olharmos e pensarmos que um dia, embora não pelo nome, alguém se lembre também de nós.
Bjo
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