Janusz Korczak, judeu polaco, nasceu em 1878 em Varsóvia, onde em 1912 fundou o orfanato judeu Dom Sierot, tendo também sido director do orfanato Nasz Dom, autor de histórias infantis e médico, foi ainda percursor dos direitos das crianças. O seu trabalho foi amplamente reconhecido e em 1933 foi agraciado com a cruz de prata da Ordem da Polónia Restituta, uma das mais importantes do país.
O crescente anti-semitismo no final da década de 30 e a ocupação nazi de Varsóvia em 1939 forçou a mudança do Dom Sierot para o ghetto judeu no verão de 1940 e limitou as actividades de Korczak àquela área da cidade. Sendo muito conceituado, Korczak teve várias ofertas de refúgio fora do ghetto, que repetidamente recusou porque não queria abandonar as crianças. O início da Grossaktion de Varsóvia em Julho de 1942, com o objectivo de "mudar" os judeus para fora da cidade deu início a deportações em massa para campos de concentração ao leste.
Faz hoje 75 anos que o Dom Sierot recebeu ordem de evacuação, saindo Janusz Korczak com uma dúzia de funcionários, e 192 crianças (entre 3 e 13 anos) nos seus melhores fatos, cada uma com mochila azul às costas e um livro ou um brinquedo na mão. Escoltados por soldados até Umschlagplatz, ali embarcaram (como tantos outros) num vagão para Treblinka. Terão sido executados pouco depois da chegada, uma vez que nunca mais houve notícia deles.
Fica aqui a lembrança para que as acções e o trabalho de Janusz Korczak nunca sejam esquecidos. Ficam também as palavras de Elie Weisel:
And so we must know these good people who helped Jews during the Holocaust. We must learn from them, and in gratitude and hope, we must remember them.
2 comentários:
Pena é que a história lembre tiranos e se esqueça (e foi há tão pouco tempo) destes anjos que passaram por cá
Lembrar para que a memória perdure. Não só lembrar as boas acções dos que tiveram coragem de as fazer quando era difícil, mas também lembrar tantos outros que desapareceram silenciosamente e sem culpa.
We must learn from them, and in gratitude and hope, we must remember them.
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