Para além da muralha, Ávila está muito ligada a Santa Teresa de Jesus,
com a qual as referencias não páram pela cidade. Há a praça de Santa Teresa, a praça da Santa, a igreja onde se baptizou, o convento onde viveu, aquele onde se confessou (também em Salamanca), a igreja onde se descalçou... havendo várias estátuas que a comemoram.
Talvez por causa da Santa, Ávila tenha hoje tantas igrejas e conventos ainda em funcionamento. Como Salamanca, Ávila é capital de distrito, mas a cidade é muito mais pequena (225,000 vs 60,000) daí que impressione a quantidade de conventos (quase todos fora de portas), verdadeiramente desproporcional. Realce para o Real Mosteiro de São Tomás, de frades dominicanos. Construído no final do século XV (1482-1493), em pleno reinado de Isabel de Castela e Fernando de Aragão (1474-1504).
Os símbolos destes monarcas decoram marcadamente todo edifício
sendo o monumental cadeiral local de referência,
assim como o tecto medieval de algumas salas.
De notar ainda a obsessão com a romã (aqui no topo do portal da igreja),
granada em espanhol. Granada foi o último bastião muçulmano a cair na reconquista da península ibérica em 1492, mas Isabel e Fernando já a tinham fisgada quando mandaram construir este edifício e por isso abusaram das romãs como elementos decorativos. Mas nem tudo correu de feição aos Reis Católicos. João, principe das Astúrias, herdeiro do trono e seu único filho varão, morreu inesperadamente em 1497 em Salamanca com 19, de tuberculose, seis meses depois de contrair matrimónio (a sua filha póstuma nasceu morta). Por isso, alteraram-se os planos para a igreja do mosteiro é hoje um grandioso templo em volta do túmulo do príncipe.
Mas neste mosteiro, e um pouco por todo o lado em Ávila, saltam à vista bolas!
À semelhança das conchas em Salamanca, as bolas pertencem ao brasão de várias famílias nobres de Ávila que influenciaram a vida da cidade em momentos cruciais do seu desenvolvimento, estendendo-se a influência também às artes decorativas.
Típica de Ávila é também a pedra local, rosa e manchada
que se vê em tantas igrejas
e até na muralha (arte da parede da catedral).
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