13 junho, 2013

Coisas que não mudam #225

Rivalidades
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Ontem ao jantar fiquei sentada em frente de um galego. Eu não sabia que ele era galego, e ele não sabia que eu era portuguesa pelo que a conversa fluiu por outros caminhos. Não sei já a que propósito foi, mas a certa altura identifiquei-me como portuguesa e ele curioso perguntou-me de onde. Depois de lhe dizer que tinha nascido e crescido em Lisboa perguntei-lhe de onde ele era.

"De uma localidade muito perto da fronteira com Portugal..." mas havia muito barulho no restaurante e eu só percebi "a Guarda." 

"Ora bolas," pensei... "nem a Guarda é muito perdo da fronteira, nem eu me lembro qual é a localidade imediatamente a leste de Vilar Formoso."

Percebi depois que tinha entendido mal quando ele disse que em jovem muitas vezes pegava no barco a remos e atravessava o rio para Portugal, do lado de lá ficava Caminha.

"Galiza," pensei novamente... "a região com os espanhóis mais simpáticos e que nos entendem melhor!"

A partir daí a conversa seguiu por temas como o galego; a semelhança entre português e o espanhol escritos, mas a grande diferença quando falados; e as diferenças ou semelhanças entre espanhóis e entre portugueses. Falei-lhe na rivalidade que existia entre Lisboa e Porto e que o pessoal do norte chama mouros aos lisboetas e restante gente do sul. Ele respondeu que na Galiza é semelhante: 

"o pessoal d'a Coruña (uma das cidades mais a norte da região) chama todos nós das terras ao sul de Vigo de portugueses."

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