08 junho, 2012

No Times de hoje #139

Portugal vem hoje no New York Times e não necessariamente por maus motivos. Contrariamente à violencia e extremismo político gregos e às massivas manifestações espanholas, em Portugal há pouca reacção nas ruas. Diz o artigo que embora hajam vozes dissonantes em relação à dosagem de austeridade, poucos duvidam que é necessária. Reune-se portanto concenso político e popular relativamente ao difícil caminho pela frente. 

Brandos costumes (o artigo chama-lhe uma questão cultural), ignorância (em 2009 apenas 30% dos Portugueses adultos tinham completado o liceu), ou a comparação com tempos bem piores ainda na memória de muitos fazem com que a saída à rua não seja vista como solução. Menos mal.

Por outro lado, brandos costumes carecem de ambição, a ignorância não aproveita a ninguém e o passado já lá vai. Haja o suficiente para por pão na mesa e a selecção a marcar golos e o português fica contente. Os prognósticos para o campeonato europeu é que não são os melhores, mas haja saúde!
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(...) Memories are still sharp here of the poverty of the mid-20th century, when just half of homes had running water and only 30 percent had electricity. In the 1980s, with the state nearly bankrupt and inflation running at over 30 percent, more than one million workers saw their salaries withheld for months on end. There were no major protests, though, said António Barreto, a sociologist and former government minister. Most workers declined buyouts and continued to work without pay. (...)

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